Petrobras: Silveira nocauteia Prates, e ação despenca no exterior
Recibos dos papéis da petroleira negociados em Wall Street recuaram 8,75% durante a madrugada, após notícia de demissão de presidente da estatal
O mercado financeiro local reage nesta quarta-feira, 15, à decisão do presidente Lula de demitir o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. A notícia vazou no início da noite de terça, 14, e foi oficializada pela estatal pouco mais de uma hora depois.
Para a posição, o Ministério de Minas e Energia indicou a engenheira de formação Magda Chambriard. O ex-senador Prates, da cota da bancada do PT no Senado, vinha sofrendo desgaste em função do relacionamento conturbado com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, desde antes da posse do presidente Lula. A gota d’água parece ter sido a polêmica em torno da definição sobre a distribuição de dividendos extraordinários da petroleira.
À época, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a retenção dos proventos, enquanto Prates se absteve sobre o assunto – o que foi visto como uma discordância à política definida na Esplanada dos Ministérios para a petroleira.
No que pode ser considerado o penúltimo capítulo da novela entre os dois, Silveira expressou publicamente descontentamento contra Prates em entrevista. De lá para cá, muitos viam que a posição do presidente da Petrobras se tornara insustentável.
Com a bolsa brasileira fechada, a única reação dos investidores até o momento foi a queda das ADR (Recibos de Depósitos Americanos) da empresa nos Estados Unidos. A resposta foi imediata com pressão sobre os papéis da petroleira brasileira que recuavam 8,81% nas negociações realizadas antes da abertura dos mercados, cotados a 15,22 dólares, o menor valor desde desde 19 de abril quando o preço das ações da companhia se recuperavam após a aprovação da distribuição de 50% do valor retido em dividendos. Quando da decisão de reter os proventos o preços dos mesmos papéis marcaram a mínima do ano cotados em 13,65 dólares.
Agentes do mercado esperam que a troca de Prates por Chambriard afete o Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, como um todo. A Petrobras responde por cerca de 13% do indicador e, por isso, exerce forte pressão sobre o índice. Na primeira sessão após a definição sobre a retenção dos dividendos extraordinários, as ações preferenciais da petroleira negociadas na bolsa brasileira despencaram mais de 10% e puxaram o índice para uma queda de 0,99% no dia.
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