O PDT solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o cancelamento da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que elevou em um ponto percentual a taxa básica de juros e contratou mais dois aumentos do mesmo valor para as primeiras reuniões de 2025.

A ação do partido defende um “aprimoramento” do processo que decide o valor da Selic, elevada para 12,25% na última reunião do Copom, informa o Estadão.

“Para a sigla, a definição da Selic deve dimensionar e observar o impacto dos juros sobre o orçamento fiscal e sobre a trajetória da dívida pública, além de ‘necessariamente’ considerar os efeitos sobre o crescimento econômico, o mercado de trabalho, a erradicação da pobreza e a redução de desigualdades sociais”, registra o jornal.

Leia também: Galípolo botou o dólar na sala

Narrativa?

A ação do PDT, partido do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, diz o seguinte:

“A narrativa de realizar um corte epistemológico e valorativo, para conceber as decisões do Copom apenas como uma decisão técnica, destituída de roupagem política, não encontra agasalho seguro na empiria, muito menos em seus efeitos e na captura do orçamento público brasileiro.”

O PDT argumenta ainda que o Banco Central deveria levar em conta dados com a taxa de desemprego a qualidade de vida dos brasileiros na hora de definir a Selic, como se uma inflação controlada, que é a missão primordial da instituição, não tivesse impacto sobre isso.

E o governo Lula?

“A decisão consubstanciada na última ata pode inflar a dívida bruta brasileira em quase R$ 100 bilhões, o que equivale a um nível relevante da economia prevista no pacote de gastos recentemente anunciado pelo governo federal”, argumentou o PDT.

O partido não mencionou, contudo, que a elevação da taxa básica de juros é uma tentativa do Banco Central de segurar a inflação gerada pela elevação do gasto público no governo Lula.

Enfim, o PDT não entende nada sobre taxa de juros. O risco é algum ministro do STF achar que entende.

Leia mais: Se Lindbergh confia no Banco Central, quem não desconfia?