O multiverso do Banco Central para o futuro dos juros no Brasil
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, desenha as alternativas para a taxa Selic na próxima reunião do Copom
Em evento promovido pela XP, nos Estados Unidos, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, desenhou quatro possíveis caminhos a serem seguidos pela autoridade monetária nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária).
De acordo com RCN, um cenário seria o de redução nas incertezas atuais, o que significaria a manutenção da “rota usual”,que pode ser entendido como o cumprimento do compromisso firmado na Ata e no Comunicado do Copom mais recentes de mais um corte de 0,50 ponto percentual na Selic no próximo encontro do colegiado em maio.
Nesse ponto, vale a ressalva de que embora Campos Neto tenha dito que o Copom teria abandonado a indicação de um novo corte de 0,50 p.p. na reunião passada do colegiado, não é isso o que dizem os documentos relativos ao encontro. Tanto na Ata quanto no Comunicado, o texto garante que os diretores do BC “anteveem, em se confirmando o cenário esperado, redução de mesma magnitude na próxima reunião“.
Uma segunda realidade possível para o presidente do BC seria a manutenção do nível de incertezas em patamar elevado, como o que se estaria vivenciando atualmente. Nesse caso, a autoridade monetária “poderia”, como RCN destacou na fala, diminuir o ritmo de relaxamento da política de combate à inflação e um corte de 0,25 p.p. na reunião do mês que vem ficaria mais provável. Esse é o cenário precificado pelo mercado como o mais provável de acordo com a curva futura de juros.
Em um terceiro universo, a incerteza aumenta, e o balanço de riscos do Banco Central teria de ser revisto, o que ensejaria manutenção dos juros, uma espécie de freio de arrumação. E por fim, o armagedon para Campos Neto, seria um agravamento ainda maior das dificuldades globais na condução da política monetária que ensejaria um aumento na taxa básica de juros.
A próxima reunião do Copom para definir o novo patamar da taxa básica de juros brasileira está marcada para os dias 8 e 9 de maio. Até lá, o Banco Central deve tentar calibrar as expectativas de mercado para evitar movimentos muito bruscos nas taxas de juros locais e reduzir o chamado custo da política monetária (que é a relação entre o esforço necessário nos juros para controlar a inflação) após o abandono da meta fiscal para os próximos anos pelo governo.
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