Nenhuma decisão era tomada sem a aprovação de Sicupira, diz ex-CEO da Americanas
Apontado pela Americanas como um dos responsáveis por esconder o rombo bilionário nas contas da companhia, o ex-CEO da Americanas Miguel Gutierrez afirmou que nenhuma decisão importante era tomada sem a aprovação de Carlos Alberto Sicupira...
Apontado pela Americanas como um dos responsáveis por esconder o rombo bilionário nas contas da companhia, o ex-CEO da Americanas Miguel Gutierrez (foto) afirmou que nenhuma decisão importante era tomada sem a aprovação de Carlos Alberto Sicupira, um dos três acionistas de referência da varejista ao lado de Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles.
Segundo o Uol, o executivo disse, em depoimento à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à Polícia Federal, que a atual gestão da companhia tenta blindar o trio de bilionários.
“O Beto, ou você não se dá com Beto ou se dá com Beto. É uma pessoa de personalidade muito, muito forte. Se eu estava há 20 anos me relacionando com Beto no cotidiano, não dá para agora eu vou falar com [Eduardo] Saggioro [que substituiu Sicupira na presidência do conselho de administração]”, afirmou.
Em depoimento à CVM em março, Gutierrez contou como eram as relações de subordinação dentro da Americanas.
“O Beto, como presidente do conselho, era o meu chefe. E toda a interligação [minha com o conselho] era através do Beto. E o Beto saiu da chefia do conselho em 2020 – que foi um plano programado em 2019, ele ia sair para depois eu ir pro conselho novamente. Então, nesse período, meu contato com Beto sempre foi muito intenso”, afirmou o ex-CEO.
Gutierrez também negou que tivesse conhecimento das manobras realizadas pela Americanas para esconder o rombo bilionário em dívidas, dizendo não ter envolvimento direto com as áreas financeira e contábil da empresa.
Miguel Gutierrez ficou oficialmente à frente da Americanas até dezembro de 2022, quando foi substituído por Sergio Rial, ex-CEO que ficou apenas nove dias no cargo e revelou a existência de “inconsistências contábeis” de 20 bilhões de reais.
Com mais de 40 bilhões de reais em dívidas declaradas, a Americanas está em recuperação judicial desde janeiro.
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