Mercado reage a Orçamento 2024 e estratégia de Haddad para déficit zero
A apresentação do PLOA (Projeto de Lei Orçamentária da União), às 16 hs (portanto, com o mercado financeiro aberto) deve impactar as negociações no dia de hoje. Ainda há medidas inéditas a serem divulgadas se o Executivo pretende, pelo menos, imprimir um sentimento de esperança de que a meta de zerar o déficit primário no … Continued
A apresentação do PLOA (Projeto de Lei Orçamentária da União), às 16 hs (portanto, com o mercado financeiro aberto) deve impactar as negociações no dia de hoje. Ainda há medidas inéditas a serem divulgadas se o Executivo pretende, pelo menos, imprimir um sentimento de esperança de que a meta de zerar o déficit primário no ano que vem é factível.
Ontem, em audiência na Comissão Mista do Orçamento, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que o governo vai precisar de R$ 168 bilhões para fazer frente às despesas previstas para 2024. Para fechar a conta, a equipe econômica considerou a arrecadação de medidas em vigor, previsão de receita de matéria recém-aprovadas e estimativas de propostas ainda em tramitação no Congresso Nacional.
De acordo com Tebet, a conta fecha. “O Ministério da Fazenda me mandou toda a grade de medidas de receitas já contratadas ou aquelas que estamos em tramitação no Congresso Nacional. Nós fizemos o encontro de contas e vimos que precisamos de R$ 168 bilhões de receita para zerar o déficit”, disse ontem a parlamentares.
A divulgação do 2º maior rombo da história nas contas do governo central ontem, no entanto, não deixaram expectativas muito boas para o que está por vir. O governo deve apresentar concomitantemente à peça orçamentária mudanças, por exemplo, no JCP (Juros sobre Capital Próprio) que permite que empresas a distribuição de lucro antes do pagamento de impostos e, dessa forma, reduzam a carga tributária. Mais novidades devem ser apresentadas se o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, realmente espera contas “equilibradas”, como tem dito.
A dificuldade, no entanto, está não só na aprovação das medidas que incrementam a arrecadação, mas também em impedir que o Congresso Nacional aumente ainda mais as despesas e os gastos fiscais, como ocorrido ontem com a aprovação do adiamento da desoneração sobre a folha de pagamento para 17 setores da sociedade. O texto ainda recebeu uma emenda reduzindo a alíquota previdenciária para diversos municípios de acordo com o PIB per capta de cada um – o que deve fazer o governo federal arrecadar, pelo menos, R$ 11 bilhões a menos por ano.
Na agenda econômica, os investidores acompanham a divulgação dos números da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), que deve mostrar queda na taxa de desemprego de 8% para 7,9% (consenso de mercado), e o o resultados primário do setor público. A expectativa dos economistas é que o déficit tenha ficado em R$ 30,2 bilhões em julho, após -R$ 48,9 bilhões em junho.
No exterior, a divulgação do deflator PCE (Índice de Preços de Gastos com Consumo, na sigla em inglês) às 9h30. As estimativas apontam para a estabilidade do indicador na leitura mensal em 0,2%, e uma aceleração no levantamento ano contra ano de 3% para 3,3%. No mesmo horário, os Estados Unidos divulgam os dados de pedidos de seguro-desemprego, com expectativa de leve aumento no número (de 230 mil em julho para 235 mil este mês).
No campo das commodities, o dia começa com o minério de ferro em alta de 1,55% em Singapura, cotado a US$ 116,20 a tonelada – a maior cotação desde o início de abril deste ano. O preço do petróleo também sobe, e o barril do tipo Brent era negociado a US$ 86,50 (+0,75%), às 8h10.
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