Lula reacende risco fiscal e mercado financeiro despenca
As indicações de Lula de que a meta de déficit fiscal zero no ano que vem não será perseguida pelo governo fez os ativos nacionais desabarem nesta sexta-feira...
As indicações de Lula de que a meta de déficit fiscal zero no ano que vem não será perseguida pelo governo fez os ativos nacionais desabarem nesta sexta-feira. Segundo o presidente, mesmo se o Brasil registrar um déficit de 0,5% ou 0,25% do PIB, isso não significaria “nada”, não haveria grande impacto. “O país não precisa disto (déficit zero)”, afirmou Lula.
O mercado financeiro parece não concordar com o petista e aversão ao risco dominou os negócios a partir da divulgação da fala do presidente. Os juros futuros subiram mais de 20 pontos e o dólar voltou a operar acima de R$ 5.
No mercado de ações, o Ibovespa fechou em queda de mais de 1%, sendo que as ações do setor varejista foram as mais afetadas, devido ao aumento das taxas futuras dos juros. As ações do setor financeiro também registraram baixa, influenciando negativamente o índice local. A única exceção foi a Vale, que teve alta após divulgar balanço.
Além das questões internas, a percepção de risco também se deteriorou devido às notícias sobre a expansão das ações de Israel em Gaza. Esses fatores contribuíram para um ambiente desfavorável nos mercados.
Mais cedo, o cenário interno parecia marginalmente melhor, com o resultado primário do governo central em setembro registrando superávit de R$ 11,5 bilhões, superando a estimativa de R$ 11 bilhões. O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, alertara, porém, que o governo pode fechar o ano com um déficit de 1,1% ou 1,2% do PIB.
Quem tem memória boa, vai lembrar do power point do Haddad prevendo déficit este ano próximos a 0,5% do PIB. O mercado pode começar a duvidar da credibilidade do ministro da Fazenda com tanto vento contra.
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