Lula no cheque especial: déficit em maio é o pior desde pandemia
Déficit de janeiro a maio de 2024, está em 30 bilhões de reais. No período, as despesas totais registraram alta de 13%, enquanto as receitas subiram 9%
O governo central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – registrou déficit primário de 60,983 bilhões de reais em maio. Este é o pior resultado para o mês desde 2020, no auge da pandemia de Covid-19. No ano passado, o saldo negativo ficou em 45,014 bilhões de reais.
O resultado de maio deste ano foi fruto do déficit de 84 milhões reais do Tesouro Nacional e de 61,027 bilhões de reais da Previdência Social e superávit de 129 milhões de reais do Banco Central.
No mês anterior, a conta tinha ficado superavitária em pouco mais de 11 bilhões. Com isso, até maio de 2024, o resultado primário do governo central está negativo em cerca de 30 bilhões de reais. No acumulado de 12 meses até o mês passado, o déficit ficou em 268,4 bilhões reais, o equivalente a 2,36% do PIB (Produto Interno Bruto).
Isso significa que o governo Lula está gastando mais do que tem disponível em receitas e caminha cada vez para mais longa da meta de déficit zero prometida para o ano de 2024.
Se o o ano se encerrasse agora o cheque especial do governo correspoderia a 0,25% do PIB (considerando-se a mediana da expectativa para o PIB coletada pela Secretaria de Política Econômica no relatório Prisma Fiscal de maio), que é o limite inferior da banda da meta fiscal.
A expectativa de mercado para o número de maio era ruim e previa um excesso nos gastos da ordem de 58 bilhões de reais acima das receitas. O dado, no entanto, veio pior que o esperado.
O governo, porém, continua conseguindo crescer a arrecadação. Na comparação com mesmo mês do ano passado, a receita líquida do governo central registrou alta real (descontada a inflação) de 9%. Enquanto isso, as despesas avançaram 14%, considerados os mesmos parâmetros.
O padrão se reflete na leitura para o ano. De janeiro a maio de 2024, a receita líquida cresceu 9% e as despesas totais registraram alta de 13%.
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