Lula não desistirá da Vale tão fácil
Segundo 'O Globo', conselheiros da empresa avaliam que Lula continuará tentando influenciar a sucessão na mineradora
Embora o Conselho de Administração da Vale tenha decidido estender o mandato do atual CEO da companhia, Eduardo Bartolomeo, até dezembro de 2023, conselheiros da empresa avaliam que o governo Lula continuará tentando influenciar a sucessão na mineradora, diz O Globo.
Segundo o jornal, integrantes do conselho alinhados ao Planalto precisarão aprovar os nomes que serão levados em uma lista tríplice ao colegiado por uma empresa de recrutamento.
Com uma participação direta de 8,7% na companhia, a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, é a maior acionista individual da Vale.
Solução intermediária
Para evitar novas perdas e acabar com as especulações, o Conselho de Administração da Vale decidiu prorrogar mandato de Bartolomeo, que terminaria em 26 de maio, até 31 de dezembro.
A medida é uma solução intermediária, buscando contemplar o desejo do CEO de ajudar na escolha de um sucessor e acalmar o governo, que pressionava por uma substituição imediata.
Mantega na Vale
Como registramos, Lula incumbiu o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, da missão de tentar convencer os diretores da Vale a endossarem a indicação de Guido Mantega, culpado pelas pedaladas fiscais no governo Dilma, para uma boquinha como presidente ou como conselheiro da mineradora.
Os acionistas da empresa receberam a notícia com espanto, e as ações da Vale responderam negativamente assim que os rumores sobre o assunto se espalharam no mercado financeiro.
Mantega foi inabilitado em 2016 de assumir cargos públicos pelo Tribunal de Contas da União por conta de sua participação nas “pedaladas fiscais” do governo Dilma Rousseff. A decisão, porém, foi suspensa no ano passado por determinação do TRF-1.
Lula não esqueceu da Vale
Lula fez uma série de críticas à Vale e cobrou uma nova política de mineração para o país.
“A Vale está tendo um problema no estado do Pará, está tendo um problema no estado de Minas Gerais. A Vale não pagou as desgraças que eles causaram em Brumadinho, não construiu as casas que prometeram. Criaram uma fundação para cuidar e agora a Vale agora fica fazendo a propaganda como se fosse a empresa que mais cuida desse país”, afirmou em entrevista à RedeTV.
“O que nós queremos é mais responsabilidade. Inclusive, a quantidade de minas que está (sic) nas mãos da Vale que elas não exploram em mais de 30 anos e fica funcionando como se fosse dona [do Brasil], vendendo [ativos]. A Vale está ultimamente vendendo mais ativo do que produzindo minérios de ferro. E está perdendo o jogo para muitas empresas australianas. O que nós queremos é ter uma nova política mineral”, acrescentou.
Empresas devem seguir o pensamento do governo?
Lula também disse que as empresas brasileiras precisam seguir o pensamento do governo brasileiro, sem esclarecer se estava se referindo a todas as empresas ou apenas àquelas que possuem participação da União.
“A Vale não pode pensar que ela é dona do Brasil, não pode pensar que ela pode mais do que o Brasil. Então o que nós queremos é o seguinte: empresas brasileiras precisam estar de acordo com aquilo que é o pensamento de desenvolvimento do governo brasileiro. É isso que nós queremos”, afirmou.
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