Locadora vence leilões de dois governos do PT em seis meses
Antes de participar do leilão do arroz, do governo federal, a locadora de veículos ASR já havia vencido um leilão de milho na Bahia
A mesma locadora de veículos venceu leilões em dois governos do PT em seis meses: o de milho, em 14 de dezembro de 2024, no governo do petista Jerônimo Rodrigues, e o de arroz, em 6 de junho de 2024, no governo federal. As duas licitações foram feitas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do petista Edegar Pretto, registrou o Uol.
Com sede em Brasília, a ASR Locação de Veículos e Máquinas foi a única empresa a participar do leilão de milho realizado a pedido da Companhia de Desenvolvimento Regional da Bahia (CAR), arrematando todos os cinco lotes por 19,8 milhões de reais, apesar de não ter o comércio de cereais como uma de suas atividades informadas à Receita Federal na época.
O edital previa que a companhia entregasse 12,7 milhões de quilos de milho tipo 1, ensacado, safra 2023/2023.
No certame, a ASR foi representada pela Bolsa de Mercadoria de Mato Grosso e pela corretora Focus, assim como no leilão do arroz. As empresas pertencem a Robson Luiz Almeida de França, assessor do ex-deputado e ex-secretário de Política Agrícola Neri Geller (PP-MT) entre dezembro de 2019 e julho de 2020.
“Empresa de prateleira”
Considerada uma “empresa de prateleira”, a ASR exerce 22 atividades econômicas totalmente diversas, que vão de serviço de buffet e recepção em repartição pública e eventos a obras de engenharia e terraplanagem.
À Receita, contudo, a empresa diz que sua atividade principal é a locação de veículos e máquinas pesadas.
A atividade de atacadista de cereais foi incluída no rol de atribuições da ASR em 23 de fevereiro. Já a importação e exportação de cereais e leguminosas entrou para a lista do de atividades da ASR em 16 de maio de 2024, 22 dias antes do leilão de arroz importado, no qual arrematou o terceiro maior lote, no valor de 112 milhões de reais.
Quem é o dono da ASR?
Desde 2019, quando foi criada, a ASR já teve oito sócios. Quando participou do leilão de milho, ela estava em nome de Amanda dos Santos Araujo.
Em 19 de abril de 2024, Crispiniano Espindola Wanderley, que recebeu auxílio emergencial de 600 reais do governo durante a pandemia, assumiu a empresa no lugar de Amanda.
O capital social da ASR declarado à Receita Federal é de 5 milhões de reais.
A Conab, o PT e o governo da Bahia
Desde que Lula retornou ao Palácio do Planalto, a Conab está sob o comando do petista João Edegar Pretto, filho do ex-deputado federal e fundador do MST Adão Pretto.
Edegar Pretto, que é quem assinou os editais da Conab de milho e arroz, também é próximo do ministro-chefe da Casa Civil e ex-governador da Bahia Rui Costa.
Além de Pretto, o partido de Lula também emplacou Silvio Porto, diretor de Política Agrícola e Informações da Conab.
O deputado Pedro Lupion (PP-PR), líder da bancada ruralista, questionou o envolvimento de Porto no leilão do arroz:
“Como pode o senhor Silvio Porto, diretor técnico da Conab, assinar uma nota técnica dizendo a necessidade da compra de arroz por causa de desabastecimento, se a própria Conab emitia documentos reconhecendo que não havia desabastecimento?”
A compra do milho pelo governo da Bahia foi feita por meio do programa “Leilão pra Você”, oferecido pela Conab para qualquer interessado em ofertar ou adquirir produtos, serviços ou insumos agrícolas.
A Conab participa de todo o processo e elabora o edital, apesar de a compra ser feita por um ente privado ou público.
As empresas amigas do PT faturam todas
Os leilões de arroz e milho realizados pela Conab não foram os únicos certames vencidos por empresas amigas do PT.
As agências Moringa, BRMais, Área Comunicação e Usina Digital venceram, em 24 de abril, a megalicitação de comunicação promovida pelo governo Lula na expectativa de melhorar a popularidade do presidente. Como mostrou O Antagonista, todas eram amigas do PT.
O petismo voltou com tudo, as empresas amigas faturam todas.
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