Leonardo Barreto na Crusoé: O adulto na sala
Com crise instalada pelo Palácio do Planalto na governança da Petrobras, Congresso avança diante da falta de foco e de unidade do governo
Pode-se dizer que a presidência da Petrobras é uma cadeira elétrica. O motivo é a necessidade de ter que servir a dois senhores, isto é, aos acionistas e ao governo, que nem sempre estão alinhados, seja em governos mais liberais, seja em administrações mais intervencionistas.
No governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, a pressão sobre o preço dos combustíveis derrubou pelo menos uma cabeça. No caso de Lula, além da questão inflacionária—os preços cobrados pela empresa estão 18% abaixo do que está sendo praticado no mercado internacional—, há uma disputa pela disponibilidade de recursos que a empresa terá para investir. Lembrando que o governo previu que que sua contribuição no novo PAC será de 323 bilhões de reais.
Os problemas se tornaram uma disputa interna entre ministros de Minas e Energia, da Casa Civil, da Fazenda, do presidente do BNDES e do próprio Jean Paul Prates, quase dado como ex-presidente em exercício, dominou o noticiário, despejando um caminhão de volatilidade no mercado.
No auge da crise, Prates tentou marcar uma “conversa definitiva” com Lula. Não conseguiu. Queria obter um compromisso por parte do Planalto, mas o efeito foi o inverso: o jornalismo de bastidores vazou que o presidente havia ficado irritado com o que pareceu uma tentativa de emparedamento enredada por Prates e tudo realmente caminhava para um desfecho negativo para o chefe da estatal.
Mas uma declaração de alguém que não estava no mapa da briga mudou tudo. Em uma entrevista a um canal de TV, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado Federal, disse que a Casa que ele lidera se sentia prestigiada com Prates no comando da Petrobras. Foi a senha para as coisas se acomodarem. No mesmo dia, Alexandre da Silveira, titular de Minas e Energia e um dos principais incendiários de toda a situação, pediu que a Petrobras fosse “deixada em paz”.
É irresistível…
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