Ivan Sant’Anna na Crusoé: Um giro pelos futuros
Ouro, commodities, Nasdaq, B3, dólar. Os cenários para o final do ano nos principais ativos da economia brasileira e mundial sob análise
Tal como faço de vez em quando, esta semana dei um giro pelos mercados futuros internacionais.
A primeira cotação que despertou meu interesse foi a do ouro, negociado a quase 2.500 dólares, máxima de todos os tempos, se desconsideramos a inflação americana medida pelo CPI (Consumers Price Index – Índice de Preços ao Consumidor).
Por outro lado, se levarmos em conta a depreciação do dólar, essa máxima continua sendo a de agosto de 1980, US$ 827,32, que equivale hoje a US$ 2.645,24.
Como o ouro, teoricamente, não rende nada (pelo contrário, tem custo de carregamento nos futuros e de custódia no spot), essa alta é muito representativa. Significa que o mercado está temendo um prosseguimento da inflação americana e, até mesmo, a possibilidade da ocorrência de juros negativos.
Existe também a hipótese de a China estar comprando ouro para compor suas reservas. Nesse caso, não me admiraria se a cotação subisse para três mil dólares a onça troy (31,10349 gramas).
Um mercado que iniciou um processo de baixa é o de grãos. E, por grãos, me refiro à soja (com seus derivados, farelo e óleo), milho e trigo.
Se, por um lado, isso é ruim para os agricultores brasileiros (somos o maior produtor mundial de soja e terceiro de milho), é ótimo para nossas empresas criadoras de gado, porcos e frangos, com a diminuição dos preços das rações.
Estamos em época de colheita de grãos nos Estados Unidos e de plantio no Brasil.
O mercado de grãos tem uma característica interessante. Como a colheita encerra um ciclo (as plantas são arrancadas do solo, ao contrário do que acontece com o café e o cacau), a cada ano a história é contada de maneira diferente.
Outra commodity que falhou em fazer máximas históricas foi o açúcar. Trata-se de um produto cultivado em dezenas e dezenas de países, sendo o maior deles a Índia, que se beneficiou de monções (período de chuvas) abundantes em 2024.
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