Investidores locais de olho em decisão do FED para calibrar Selic
Possível sinalização do Banco Central americano sobre início do ciclo de cortes nos Estados Unidos pode afetar trajetória da Selic
O mercado financeiro brasileiro vai acompanhar com atenção a reunião do Fomc (Comitê Federal do Mercado Aberto) nesta terça, 30/4, e quarta-feira, 1/5, à procura de pistas sobre o futuro das taxas nos Estados Unidos e os possíveis desdobramentos na política monetária brasileira.
Os investidores dão como certa a manutenção da taxa básica americana em 5,5% ao ano, mas a tradicional coletiva com o presidente do FED (Federal Reserve), Jerome Powell, pode indicar quando a autoridade americana pretende iniciar o ciclo de cortes por lá. A curva futura de juros nos EUA precifica apenas uma redução na taxa este ano, mas só entre agosto e novembro.
O atraso no início da flexibilização monetária americana tem impactado as expectativas para a Selic por aqui. Isso porque o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem indicado que a taxa nos Estados Unidos pode reduzir o ritmo dos cortes e até reduzir a extensão do ciclo de relaxamento local.
A precificação do mercado para a taxa básica no Brasil apagou, em pouco mais de um mês, as apostas de mais de 1,5 ponto percentual até o fim do ano para apenas 0,25 p.p. no período, o que levaria os juros básicos terminais a 10,5% ao ano.
Além disso, os investidores locais devem continuar atentos à temporada de resultados corporativos do primeiro trimestre de 2024 das empresas componentes do Ibovespa, principal índice acionário do país. Nesta semana, o destaque vai ficar com o início da divulgação dos bancos, com Santander (terça-feira,30) e Bradesco (quinta-feira,2).
No exterior, os balanços de Amazon, na terça, e Apple, na quinta, também devem mexer com o mercado acionário por aqui.
No cenário político, o feriado do Dia do Trabalhador na quarta-feira, 1°, deve esfriar um pouco as tensões entre o governo e o Congresso Nacional, que ganhou novo capítulo com entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante o fim de semana, em que cobrou responsabilidade fiscal dos parlamentares. O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, respondeu dizendo que a preocupação com as contas públicas não significa adesão ao Executivo.
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