Investidores ignoram PF, e Braskem lidera ganhos no Ibovespa
Os investidores da Braskem, a principal petroquímica brasileira, parecem não ter se assustado com a operação da PF (Polícia Federal) deflagrada na manhã desta quinta-feira, 21, que tem como objetivo investigar possíveis crimes cometidos pela companhia durante a exploração de sal-gema na capital alagoana...
Os investidores da Braskem, a principal petroquímica brasileira, parecem não ter se assustado com a operação da PF (Polícia Federal) deflagrada na manhã desta quinta-feira, 21, que tem como objetivo investigar possíveis crimes cometidos pela companhia durante a exploração de sal-gema na capital alagoana.
Às 15h35, os papeis da companhia lideravam as altas do Ibovespa, com 6% de ganhos no dia, cotados a R$ 20,84. As ações iniciaram a sessão em leve queda, mas, a partir de 11h30, passaram a subir até alcançarem a máxima do dia em R$ 21,16, alta de 7,63% na comparação com o fechamento de quarta-feira.
No ano, a companhia ainda apresenta desvalorização de 12%. No entanto, desde a mínima em 31 de outubro os papeis da empresa acumulam mais de 30% de ganhos.
Operação da PF
Desde o início da manhã desta quinta-feira, 21, sessenta policiais federais cumprem 14 mandados de busca e apreensão relacionados a atividades da empresa. Onze deles em Maceió, capital de Alagoas. Também estão sendo cumpridos mandados no Rio de Janeiro e Aracaju. A operação foi autorizada pela Justiça Federal de Alagoas.
De acordo as investigações, foram apurados indícios de que as atividades de mineração desenvolvidas no local não seguiram os parâmetros de segurança previstos.
Além disso, foram identificados indícios de apresentação de dados falsos e omissão de informações relevantes aos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização da atividade. Assim, a empresa teria conseguido autorização para manter os trabalhos na região, mesmo após detectar problemas de estabilidade das cavidades de sal e sinais de subsidência do solo acima das minas.
60 mil afetados
A exploração de sal-gema na capital alagoana transcorreu de 1976 a 2019 e produziu como resultado uma severa instabilidade no solo de bairros como Pinheiro, Mutange, Bebedouro e adjacências, tornando a área inabitável. Aproximadamente 60 mil pessoas foram afetadas.
Leia também a reportagem de capa da nova edição de Crusoé, assinada por Carlos Graieb, Rodrigo Oliveira e Wilson Lima, que destaca o afundamento de 20% do território da capital de Alagoas.
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