Haddad prestes a descobrir se estratégia fiscal convenceu
Anúncio de contenção de 15 bilhões de reais deve ser digerido pelos investidores que queriam mais cortes, mas esperavam menos do governo
A sessão desta sexta-feira, 19, nos mercados financeiros será marcada pela reação dos investidores ao anúncio da contenção de 15 bilhões de reais no Orçamento deste ano feito pelo ministro da Fazenda no fim da tarde do dia anterior.
O aviso ao mercado foi dado durante as negociações do dólar e dos futuros de juros, que se afastaram das máximas. A estratégia de antecipar a informação foi para evitar especulações, de acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O número está acima dos 10 bilhões de reais que eram esperados pelo mercado financeiro, mas abaixo daquilo que especialistas indicavam como necessário para cumprir o objetivo de zerar o déficit primário neste ano. De acordo com economistas, o número ideal estaria entre 20 e 30 bilhões de reais.
Na coletiva, o ministro lembrou das bandas da meta fiscal e indicou que o governo parece mais propenso a mirar no limite inferior do objetivo, o que significa um déficit de 0,25% do PIB (Produto Interno Bruto).
Haddad destacou que o valor se refere a 11,2 bilhões de reais de bloqueio, em função do gasto acima do limite de 2,5% previsto pelo arcabouço fiscal, e mais 3,8 bilhões de reais de contingenciamento, com a frustração de receitas.
A prorrogação do prazo para a definição sobre a compensação para a desoneração da folha de pagamento, que ficou para setembro, é uma das fontes de prejuízo à arrecadação.
Questionado sobre se o presidente foi convencido sobre a necessidade de cortes, Haddad respondeu que o anúncio mostrava que Lula estava convencido. “O valor necessário para cumprir a determinação do presidente foi tomado hoje”, disse Haddad.
Na segunda-feira, 22, quando a equipe econômica apresentar o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, no entanto, é quando os agentes de mercado conhecerão os detalhes dos cortes para entender de onde estão saindo os ajustes. Ate lá, o governo parece ter ganhado algum fôlego.
…
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)