Fed mantém juro dos EUA no mesmo patamar pela quinta vez consecutiva
Comitê registra divergência pela primeira vez desde 1993, mas decide pela manutenção da taxa na faixa de 4,25% a 4,50% por ano
Em meio à pressão de Donald Trump, o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, manteve nesta quarta-feira, 30, a taxa de juros americanos na faixa de 4,25% a 4,50% por ano pela quinta vez consecutiva.
A decisão, contudo, não foi unânime. Os diretores Christopher Waller e Michelle Bowman votaram por um corte de 0,25 ponto percentual, marcando a primeira vez desde 1993 em que dois membros do Conselho de Governantes do Fed se opõem à maioria em uma votação de política monetária.
O presidente do Fed, Jerome Powell, tem sido alvo de críticas constantes por parte de Trump.
Na última quinta, 24, os dois protagonizaram uma conversa tensa diante de repórteres, durante uma visita do presidente americano a um dos prédios do banco central em construção, na capital Washington.
Pressão de Trump
Os comentários negativos de Trump sobre o trabalho de Powell tiveram início em abril, quando o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, havia ventilado a possibilidade do presidente americano removê-lo do cargo.
No entanto, a demissão do presidente do Fed só é permitida “por justa causa”. Especialistas interpretam essa cláusula de maneira restritiva, aplicável apenas em casos de má conduta ou incapacidade, não abrangendo divergências políticas.
Em junho, o Fed havia votado pela manutenção da taxa de juros do país na faixa de 4,25% a 4,50% por ano pela quarta vez consecutiva.
Insatisfeito com a decisão, Trump reagiu novamente:
“Jerome “Too Late” Powell e todo o seu Conselho deveriam se envergonhar por permitir que isso acontecesse com os Estados Unidos. Eles têm um dos empregos mais fáceis, porém mais prestigiosos, dos Estados Unidos, e eles FALHARAM— e continuam falhando”, escreveu em sua rede Truth Social.
Como argumento, ele compartilhou uma lista comparando as taxa de juros aplicadas em diferentes países no mundo, apontando que os Estados Unidos ocupam a 35ª posição no ranking global, mas deveriam estar entre os seis primeiros, na faixa de 1,75% por ano.
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