Dólar caía até Lula resolver falar, de novo
Mercado financeiro chegou a sonhar que dias mais tranquilos estariam na agenda, após decisão monetária unânime no dia anterior
Os negócios nos mercados financeiros locais começaram a quinta-feira, 20, com sentimento de alívio após o Copom (Comitê de Política Monetária) decidir pela manutenção da Selic em 10,50% ao ano com a concordância de todos os nove membros do colegiado.
Havia uma desconfiança de que os indicados pelo presidente Lula apresentassem uma postura menos rigorosa no combate a inflação e defendessem uma política monetária mais relaxada. A dúvida foi exacerbada com falas do petista em entrevista no dia anterior à decisão quando afirmou que o próximo presidente do Banco Central será alguém “que não se submeta a pressões de mercado“. No entanto, se dissipara em grande parte após a decisão da autoridade monetária.
Tudo ia bem. O dólar chegou a recuar 1% e ser negociado abaixo dos 5,40 reais. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, subia cerca de 1,10%. Então uma nova entrevista de Lula, em que voltou a criticar a autonomia do Banco Central, e rumores sobre nomes possíveis para o lugar de Campos Neto azedaram os ânimos dos investidores.
A moeda americana passou a subir e encerrou o dia em alta de 0,28%, cotado a 5,45 reais. No ano, o real ostenta a posição de pior performance em uma cesta com 23 emergentes. No período, o dólar acumula alta de 10,88% contra o real, após ter iniciado 2024 valendo 4,92 reais.
Os juros futuros encerraram em dia em baixa embora longe das mínimas. Os maiores recuos foram registrados nos vencimentos intermediários, que fecharam o dia em queda de até 14 pontos base. Apesar disso, as expectativas dos investidores, com base na precificação dos juros futuros, ainda é de alta da Selic para acima de 11% ainda este ano.
O Ibovespa encerrou a sessão próximo a estabilidade, em alta de 0,15% aos 120,4 mil pontos, depois que se afastou dos maiores níveis do dia.
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