Dividendos da Petrobras e mercado de trabalho dos EUA no radar
Lucro da estatal deve apresentar queda de cerca 35% em função do pagamento do acordo de R$ 12 bi com o Carf
O mercado financeiro vai acompanhar com atenção a divulgação de novos dados americanos que devem trazer mais elementos sobre a saúde da maior economia do mundo. Os números de novos pedidos de seguro-desemprego devem mostrar um leve desaceleração para 240 mil solicitações em julho, contra 249 mil no mês anterior segundo pesquisa da Bloomberg com analistas e economistas.
Caso o dado fique acima do esperado, os investidores podem assumir que a deterioração econômica nos EUA está mais acelerada que o previsto e aumentarem as apostas de cortes mais velozes e mais significativos da taxa básica de juros por lá.
Atualmente, a precificação de mercado aponta para uma 76% de chances de um corte de 0,50 ponto percentual na taxa na próxima reunião do FOMC (Comitê Federal do Mercado Aberto, na sigla em inlgês), em setembro. Além disso, são esperados outros dois cortes de 0,25 ponto percentual nas duas reuniões seguintes, o que encerraria o ano de 2024 com 1 ponto percentual a menos na taxa, que hoje está em 5,50% ao ano.
Por aqui, o mercado continua apostando majoritariamente em uma política monetária mais restritiva ainda este ano como resposta aos perigos de aumento da inflação provocado pela valorização do dólar contra o real. A precificação da curva futura de juros aponta para três altas de 0,25 ponto percentual na Selic até dezembro, o que levaria a Selic para 11,25% ao ano.
Polêmica dos dividendos extraordinário da Petrobras
No cenário corporativo, em meio à bateria de resultados desta semana, o balanço da Petrobras promete mexer com os investidores. A petroleira divulga os resultados referentes ao 2º trimestre deste ano após o fechamento dos mercado nesta quinta-feira, 8.
A expectativa é pela segunda metade dos dividendos extraordinários retidos no início do ano e que provocaram polêmica no mercado financeiro e no governo federal. A retenção dos recursos que pagariam os proventos extraordinários após decisão do Conselho de Administração da estatal, com a abstenção do então presidente da companhia Jean Paul Prates pode ser considerado o início do processo que trouxe Magda Chambriard à liderança da empresa.
Embora analistas estimem que o lucro líquido fique em torno de 18 bilhões de reais para os três meses terminados em junho, o que significaria uma queda de 35% na lucratividade da empresa na comparação anual, boa parte o recuo deve ficar por conta dos quase 12 bilhões de reais do desembolso do acordo entre a empresa e o Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) firmado em junho. Sem o efeito do gasto tributário, o lucro se aproximaria, portanto, do resultado do 2º trimestre do ano passado.
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