Desemprego nos EUA reacende esperança em corte maior na Selic
Mercado entende que arrefecimento na geração de postos de trabalho e aumento na taxa de desemprego pode antecipar cortes nos juros americanos
Semana registrou forte melhora em ativos nacionais com fala do presidente do FED, Jerome Powell, e dados do mercado de trabalho americano apontando crescimento do desemprego e redução no número de vagas criadas em abril.
O dólar, que chegou a bater 5,20 reais na véspera do feriado de 1º de maio e da decisão sobre juros do FED, encerrou o período em baixa de mais de 1,7% cotado a 5,07 reais. A volatilidade da moeda americana contra o real foi impulsionada pelo receio sobre o futuro da política monetária americana que enfrenta uma desaceleração no processo de queda da inflação.
A pressão mais resistente nos preços no Estados Unidos levou o mercado financeiro global a reduzir as apostas de que o ciclo de relaxamento monetário, com o corte das taxas básicas de juros, fosse começar antes de dezembro nos EUA. E algum agentes econômicos começaram a vislumbrar um possível alta no custo dos empréstimos por lá.
Com taxas mais altas, o dólar tende a se apreciar. Na quarta-feira, 1º, porém, Powell reafirmou que um reajusta para cima nos juros americanos era “improvável” e repetiu que, em algum momento, o FED deve começar a afrouxar a política monetária.
Os juros futuros locais, que haviam subido seguindo a piora americana, caíram fortemente no dia seguinte às declarações do presidente do FED. Nesta sexta-feira, 3, as perspectivas melhoraram ainda mais com dados mostrando que o mercado de trabalho americano está perdendo força.
Com desemprego em alta e rendimentos dos trabalhadores e criação de vagas em queda, os investidores entenderam que o FED pode ter de antecipar o início dos cortes dos juros por lá. Isso aprofundou o movimento no Brasil e fez com que os juros futuros locais encerrassem a semana com recuos de mais de 20 pontos base nos vencimentos a partir de 4 anos.
Com isso, os investidores voltaram a precificar alguma chance de um corte de 0,5 ponto percentual na Selic na próxima decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) na semana que vem. Ainda assim, a visão majoritária é de que a redução deve ficar mesmo em 0,25 ponto percentual, o que levaria a taxa básica de juros dos atuais 10,75% ao ano para 10,50% ao ano.
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, também se beneficiou da melhora no humor internacional e engatou a segunda semana consecutiva em terreno positivo, com valorização de 1,57%, aos 128,5 mil pontos.
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