Déficit é o segundo pior da história e o maior desde 2020
O déficit do governo central bateu a casa dos R$ 230,5 bilhões em 2023, informou o Tesouro Nacional
O déficit fiscal públicas em 2023 foi o segundo pior resultado da série histórica, iniciada em 1997. O saldo negativo só não foi menor que em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19.
O déficit do governo central, que reúne o Tesouro Nacional, a Previdência Social e o Banco Central, bateu a casa dos R$ 230,5 bilhões em 2023.
A informação foi divulgada na manhã desta segunda-feira (29) pelo Ministério da Fazenda, em Brasília.
As contas do governo federal voltaram a ficar no negativo depois de registrar superávit de R$ 51,6 bilhões em 2022, corrigida a inflação.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias autoriza um rombo de até R$ 213,6 bilhões em 2023. O resultado, portanto, está dentro da meta.
De 2022 a 2023, as contas públicas pioraram em R$ 282,5 bilhões em termos reais, corrigidos pela inflação.
O saldo final do ano passado é o segundo pior da série histórica iniciada em 1997, O dado de 2023 é melhor apenas que o registrado em 2020, quando o governo teve rombo de R$ 940 bilhões por conta da pandemia.
O déficit, segundo o Ministério da Fazenda, foi impactado pela liberação em dezembro de R$ 92 bilhões em precatórios, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em detalhe
Em dezembro, as contas públicas ficaram no vermelho em R$ 116,1 bilhões, contando o gasto com precatórios. Excluindo a despesa, o déficit foi de R$ 23,8 bilhões. O gasto com precatórios no mês, segundo a secretaria, atingiu R$ 92,4 billhões.
O déficit no ano é resultado de um superávit de R$ 75,7 bilhões do Tesouro Nacional e do Banco Central e por um déficit de R$ 306,2 bilhões na Previdência Social (RGPS).
“Em termos reais, no acumulado até dezembro, a receita líquida se reduziu em 2,2% (-R$ 43,0 bilhões), enquanto a despesa total cresceu 12,5% (+R$ 239,4 bilhões)”, comentou o Tesouro.
Em novembro, o Tesouro estimou que o déficit de dezembro ficaria em torno de R$ 10 bilhões (sem contar precatórios), para um saldo negativo no ano de cerca de R$ 125 bilhões ou 1,2% do PIB.
A Fazenda alega que teve que pagar R$ 27 bilhões para compensar estados e municípios, como indenização pelas perdas que eles sofreram no último ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, coma redução das alíquotas de ICMS.
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