Dados filtram ruídos e Selic está cada dia mais perto de 10,75%
Números da atividade industrial no Brasil e abertura de vagas de trabalho nos EUA abaixo do esperado reduziram a pressão sobre taxas
Os juros futuros cederam ao longo de toda a curva, com os vencimentos mais longos recuando até 20 pontos base, após números da atividade industrial mais fracos apontarem que a economia nacional pode não estar tão aquecida e reduzindo o ímpeto por uma taxa de juros muito mais alta.
A produção da indústria encolheu 1,4% em julho na comparação com mês anterior. Boa parte da retração pode ser explicada pela base forte de comparação, uma vez que junho registrou alta de 4,3% em função da retomada das empresas no Rio Grande do Sul após as enchentes. As expectativa, no entanto, eram de uma retração de 1%.
Dados americanos de abertura de vagas de trabalho também ajudaram a conter as taxas nos Estados Unidos e repercutiram aqui, com investidores globais aumentando as apostas em um corte de até 0,50 ponto percentual na taxa básica dos EUA.
No fim do dia, as apostas em uma elevação de 0,25 ponto percentual da Selic na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) em setembro continuam a conquistar espaço e apontam para 65% de probabilidade, de acordo com as opões de Copom negociadas na B3. A manutenção da taxa básica nos atuais 10,50% ao ano e o reajuste de 0,50 p.p. estão com 17% e 23% de chances respectivamente.
O alívio nos juros ajudou o Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, que encerrou a sessão em alta de 1,31%, aos 136.110 pontos, puxado pelas ações da B3 S.A. (+3,29%), Embraer (+5,79%) e Vale (+0,78%). Na ponta oposta, as petroleiras Prio (-1,31%), Petrobras (-0,38% ON; +0,03% PN) e 3R Petroleum (-3,22%) foram as principais detratoras do indicador.
O dólar teve um dia de depreciação contra as moedas emergentes e encerrou a quarta-feira, 4, em leve queda próximo a 0,1%, cotado a 5,64 reais, após ter operado em alta de 0,30% na máxima do dia e baixa de 0,50% na mínima.
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