Crusoé: O novo porto dos irmãos Batista
Ministério dos Portos e Aeroportos indicou nesta semana que porto em Santa Catarina, que passará para a iniciativa privada, ficará na mão da JBS
O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, anunciou nesta quarta-feira, 15, que o porto de Itajaí, em Santa Catarina, passará ao controle da JBS, dos irmãos Wesley e Joesley Batista. O anúncio foi feito a parlamentares do estado pelo ministro.
A Mada Araújo Asset Management, que venceu o edital de operação do terminal em 2023, oficializou o desejo de transferência para a JBS ao Ministério. Agora, de acordo com o portal catarinense NSC Total, um parecer da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) deve ser concluído entre 15 a 20 dias, indicando a possibilidade de transferência da propriedade.
Por fim, o contrato deve definitivo ser encaminhado até o final de maio para o Tribunal de Contas da União (TCU), que dará a palavra final sobre a transferência da titularidade.
Dados da Antaq mostram que, em 2023, o novo porto dos irmãos Batista movimentou 14 milhões de toneladas, com quase 1,3 milhão de contêineres entrando e saindo do terminal portuário na região norte do estado. O terminal não apenas faz o transporte de proteína animal ou de alimentos, como é capaz de realizar operações com carros (veículos da BMW e GM costumam chegar por Itajaí), assim como o embarque com cargas de barras de ferro, vergalhões perfilados, bobinas de aço, açúcar e fertilizantes. Há também um terminal próprio para transatlânticos e navios de passageiros.
Se concluída ainda em 2024, a JBS — líder mundial no setor de proteína animal — deverá ter o direito a arrendamento do Porto de Itajaí por 34 anos, até 2058.
É mais um passo que a empresa, uma das “campeãs nacionais” do capitalismo de compadrio dos governos Lula e Dilma Rousseff, dá no retorno de Lula ao poder. Desde o primeiro mandato do petista no Planalto, entre 2003 e 2006, a empresa conta com um crédito farto do BNDES, o banco estatal de fomento econômico, para alavancar uma estratégia de fusões e aquisições no mercado internacional — mais notadamente o americano. A empresa registrou, no final de 2023, receita líquida de 364 bilhões de reais e com EBITDA de 17 bilhões de reais.
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