Crusoé: “Justiça chinesa decreta o fim da Evergrande”
Antes uma das maiores companhias do mundo, a Evergrande criou um império que ia além da construção civil — e acabou com 300 bilhões de dólares em dívidas
A Justiça de Hong Kong decretou, nesta segunda-feira, 29, a falência do grupo Evergrande. A empresa, que iniciou a década como uma das maiores empreiteiras do planeta e dona de um império que se estendia ao setor de energia, veículos e até futebol, agora é uma massa falida com 300 bilhões de dólares (1,47 trilhão de reais) em dívidas.
A falência ocorre três anos após a empresa, a segunda maior do setor na China, entrar em uma crise de liquidez, que contaminou todo o setor de habitação do país e criou uma crise de confiança com o governo de Pequim, que resolveu não intervir salvar a empresa, considerada “grande demais para falir”.
Os primeiros sinais públicos de que algo estava errado na companhia vieram em 2021, quando sua diversificação da carteira de negócios apontavam para um crescimento desordenado da sua dívida. Os sinais, no entanto, estavam mais claro desde antes, quando a empresa alavancou seu negócio vendendo e recebendo por apartamentos que ainda não haviam sido construídos. Na aquecida economia chinesa, isso significava centenas de milhares de unidades habitacionais.
Em 31 de agosto daquele ano, a crise teve o primeiro sinal público, com a empresa dizendo que não pagaria suas dívidas se não tivesse capital para tal.
O calote, que começou em setembro de 2021, foi seguido por uma série de vendas de ativos como bancos e empresas de energia e uma montadora — o que revelou um risco sistêmico de contágio na economia do país, e mesmo a investidores estrangeiros. À época, sobrou até para o Guanghzou Evergrande, que primeiro teve de tirar o nome da empresa, depois sofreu com o colapso financeiro.
Em 2023, a empresa já não era mais negociada na Bolsa de Hong Kong, com planos de reestruturação da dívida sem sucesso.
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