O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central realizou o sexto corte consecutivo de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, Selic, que agora está em 10,75% ao ano. A decisão foi unânime.

O novo patamar dos juros foi divulgado pela autoridade monetária após o fechamento dos mercados no início da noite desta quarta-feira, 20.

A redução era amplamente esperada pelo mercado, que agora se concentra em tentar antecipar a taxa terminal para a Selic neste ciclo de reduções, que teve início, em agosto de 2023.

No comunicado publicado logo após a definição, o colegiado retirou a expressão “Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões“, e a substituiu por “os membros do Comitê, unanimemente, optaram por comunicar que anteveem, em se confirmando o cenário esperado, redução de mesma magnitude na próxima reunião”. A alteração que indica há uma chance de o colegiado reduzir o ritmo de cortes de 50 pontos base a partir do encontro de junho deste ano.

Com isso, deve ganhar força a percepção do mercado que a Selic encerrará o ano em patamar mais elevado do que o antecipado. Atualmente, a precificação marcada na curva de juros futuros atual ainda indica uma Selic em 9,75% para o ano de 2024.

Esse seria o patamar mais baixo para os juros básicos desde fevereiro de 2022. Desde 1996, a taxa básica de juros só esteve abaixo de 10% em três outras oportunidades: de junho de 2009 junho de 2010; de março de 2012 a novembro de 2013; e de agosto de 2017 a janeiro de 2022.

O último ciclo de aperto monetário do Banco Central começou logo após a inflação avançar de cerca de 2% em termos anuais em 2020 para mais 5% em 2021 e seguiu até agosto de 2022, após 12 altas seguidas e IPCA(Índice de Preços ao Consumidor Amplo) na casa de 14%. Antes disso, a taxa esteve em 2%, menor patamar da história da Selic.

No comunicado referente à decisão desta quarta-feira, 20, o Banco Central alertou que o ambiente externo segue volátil, marcado pelo debate sobre o início da flexibilização de política monetária nas principais economias e por sinais de queda dos núcleos de inflação, apesar de ainda permanecerem em níveis elevados em diversos países.