Copom concorda em expectativa de mais cortes de 0,50 pontos
Os membros do Copom concordaram de maneira unânime na expectativa por mais cortes de 0,50 pontos percentuais na Selic, a taxa básica de juros, pelas...
Os membros do Copom concordaram de maneira unânime na expectativa por mais cortes de 0,50 pontos percentuais na Selic, a taxa básica de juros, para as próximas reuniões.
A informação consta na ata da reunião da semana passada, divulgada nesta terça-feira (8).
Naquela ocasião, o Copom aprovou redução da Selic em 0,50 p.p., para 13,25% ao ano. Esse foi o primeiro corte desde 2020.
Segundo a ata, o ritmo de cortes moderados se deve à estratégia de manter um processo de desinflação enquanto as perspectivas para a economia melhoram modestamente.
“Tal ritmo conjuga, de um lado, o firme compromisso com a reancoragem de expectativas e a dinâmica desinflacionária e, de outro, o ajuste no nível de aperto monetário em termos reais diante da dinâmica mais benigna da inflação antecipada nas projeções do cenário de referência”, diz a ata.
Para uma intensificação dos cortes, que o Copom acredita ser pouco provável, seria necessário uma “reancoragem bem mais sólida das expectativas, uma abertura contundente do hiato do produto ou uma dinâmica substancialmente mais benigna do que a esperada da inflação de serviços”.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi voto decisivo a favor do corte de 0,50 ponto percentual na semana passada.
O Copom aprovou a medida por 5 votos a 4.
Os outros quatro membros do Copom que votaram por esse corte foram Carolina de Assis Barros, Otávio Ribeiro Damaso e os dois indicados de Lula, Gabriel Galípolo e Ailton de Aquino Santos.
O voto vencido, por uma redução de apenas 0,25 ponto percentual, contou com o apoio de Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Maurício Costa de Moura e Renato Dias de Brito Gomes.
A decisão deixou a equipe econômica de Lula (PT) aliviada, mas surpreendeu o mercado financeiro, que esperava um corte mais tímido no início do ciclo de baixas.
“O conjunto dos indicadores mais recentes de atividade econômica segue consistente com um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres”, afirma o comunicado do Copom para justificar o corte.
Entretanto, o conselho ressalva que a inflação permanece acima da meta.
“Não obstante o arrefecimento dos índices de inflação cheia ao consumidor, antecipa-se uma elevação da inflação acumulada em doze meses ao longo do segundo semestre. As medidas mais recentes de inflação subjacente apresentaram queda, mas ainda se situam acima da meta para a inflação”, disse o comunicado.
O corte veio após meses de contenda entre o BC e o governo federal. O patamar de 13,75% ao ano, o mesmo desde agosto de 2022, inflamou a relação.
O governo tem feito pressão para a redução paulatina com reiterados ataques de Lula e seus aliados à integridade de Campos Neto e à autonomia do BC.
O entendimento é que a baixa é essencial para atrair investimentos, gerar empregos e estimular o consumo.
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