Cautela com juros deve continuar a dar as cartas no mercado
Expectativas de taxas mais restritivas mantém investidores em modo de aversão a risco, e bolsas de valores patinam
As previsões de juros mais altos por mais tempo nos Estados Unidos e de um possível fim do ciclo de cortes da Selic por aqui devem manter a pressão sobre o mercado acionário no Brasil. Na Europa, as bolsa recuam nesta sexta-feira, 17, mesmo com dados de inflação no continente em linha com o esperado, as ações sofrem com as perspectivas de que os EUA mantenham as taxas inalteradas até, pelo menos, setembro deste ano.
O EuroStoxx 600, índice que reúne as 600 principais empresas europeias, caía 0,37% por volta das 8h. Continuam ecoando pelas mesas de negociação falas de integrantes do FED (Federal Reserve) na quinta-feira, 16, defendendo a política monetária restritiva pelo tempo necessário para garantir que a inflação por lá fique na meta de 2%.
Mais dirigentes da autoridade monetária americana falam durante o dia e devem reforçar a mensagem de cautela com a calibragem da taxa básica de juros. Por aqui, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e os diretores da autarquia Diogo Guillen (Política Econômica) e Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos) participam da Conferência Anual do BC.
Expectativa para a fala de Picchetti que em entrevista à Bloomberg News por telefone na terça-feira, 14, defendeu que os diretores da autarquia deveriam “priorizar mecanismos oficiais de comunicação” em vez de expor todas as discussões ou argumentos internos ao escrutínio público, em clara desaprovação à fala de Campos Neto semanas antes da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) indicando uma possível redução no ritmo de cortes.
Picchetti foi indicado à diretoria do BC pelo presidente Lula no fim do ano passado e é um dos quatro membro da autoridade monetária que defenderam a manutenção do ritmo de cortes da Selic em 0,50 ponto percentual na reunião do Copom na semana passada.
Além do BC, investidores monitoram também as ações da Petrobras, que registraram na quinta-feira, 16, o segundo dia de perdas após o presidente Lula demitir o presidente da estatal, Jean Paul Prates. Nesses dois dias, a empresa perdeu mais de 47 bilhões de reais de valor de mercado e permanece sob olhares atentos do mercado, que busca entender a extensão da influência do Planalto na gestão da petroleira.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)