Boeing adota medida para porta não se soltar mais de avião
Empresa enfrenta investigações sobre falhas de qualidade e sobrecarga de funcionários após desprendimento de tampa de porta em pleno voo
A Boeing anunciou, nesta terça-feira, 6, que vai reformular o projeto e a produção das tampas de portas dos aviões 737 Max 9, após uma peça semelhante ter se soltado em pleno voo em janeiro deste ano. O incidente, ocorrido em uma aeronave da Alaska Airlines, não resultou em feridos, mas provocou uma série de investigações pela FAA (Administração Federal de Aviação dos EUA).
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, a vice-presidente sênior de qualidade da Boeing, Elizabeth Lund, informou durante uma audiência do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) que as modificações serão implementadas ainda este ano. O objetivo é garantir que os sistemas de alerta da aeronave possam detectar qualquer falha no componente.
Falhas encontradas na porta
A investigação revelou que funcionários da Boeing retiraram a tampa da porta para reparar rebites danificados sem a devida autorização ou documentação, um elemento crítico da estrutura.
A presidente do NTSB, Jennifer Homendy, criticou a cultura de trabalho da Boeing, apontando que a pressão para cumprir cronogramas comprometeu a segurança.
Os trabalhadores da Boeing relataram serem pressionados a trabalhar longas horas, frequentemente de 10 a 12 horas por dia, seis a sete dias por semana. Além disso, tensões foram registradas entre os funcionários da Boeing e os contratados da Spirit AeroSystems, fornecedor das fuselagens do 737 Max.
Impactos na Boeing
A FAA suspendeu o aumento da produção do 737 até que a Boeing resolvesse as questões de qualidade. Dois funcionários envolvidos no incidente foram colocados em licença administrativa remunerada. A empresa também implementou novos protocolos de segurança e alterou a cultura de trabalho para evitar futuros problemas.
O incidente levanta novas preocupações sobre a segurança dos aviões da Boeing, anos após os acidentes fatais envolvendo o 737 Max. A Boeing está cooperando com o Departamento de Justiça em uma investigação sobre o incidente e outras questões de qualidade, e pode enfrentar penalidades adicionais.
Em 2021, a Boeing e o Departamento de Justiça chegaram a um acordo sobre acidentes anteriores, mas novas investigações indicam que a empresa não cumpriu todos os termos, resultando em um novo acordo provisório que inclui monitoramento independente e penalidades financeiras.
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