BC vence, e Lula autoriza CMN a seguir orientação da autarquia
O aumento da meta de inflação para um objetivo menos rígido ou mais fácil de atingir, como defendeu Lula durante os primeiros seis meses de governo, era um dos motivos apontados pelo Banco Central para...
O aumento da meta de inflação para um objetivo menos rígido ou mais fácil de atingir, como defendeu Lula durante os primeiros seis meses de governo, era um dos motivos apontados pelo Banco Central para a desancoragem das expectativas de inflação. Essa desancoragem seria uma das explicações para a dificuldade em se cortar o nível básico dos juros, hoje em 13,75%.
O CMN (Conselho Monetário Nacional) corroborou, na reunião de ontem, o posicionamento do Banco Central e manteve a meta de inflação inalterada para os anos de 2024 e 2025, além de definir o patamar de 3 % de objetivo inflacionário para 2026. A única alteração no sistema de metas foi a troca de um alvo baseado no ano-calendário para um horizonte contínuo, isto é, sem uma definição determinada pelo mês de dezembro do ano em questão. A ideia é que isso traria tranquilidade para a autoridade monetária para dilatar o prazo para atingir a meta e calibrar melhor o impacto negativo do combate à inflação na economia.
Tudo isso foi feito com a autorização de um dos críticos mais vocais ao Banco Central e à meta de inflação no patamar atual: Lula. O CMN tem três votantes, dois deles funcionários do governo (Haddad e Tebet) e o, recentemente, autônomo Roberto Campos Neto. Portanto, não há como qualquer decisão do conselho ser tomada sem a prévia anuência do presidente da República. Isso também deve impactar o mercado financeiro no dia de hoje, uma vez que pode trazer a sensação de que Lula fala muito, mas atende aos dogmas econômicos mais comumente aceitos.
Além disso, investidores locais e estrangeiros repercutem ainda dados econômicos chineses que apontam dinamismo fraco no gigante asiático. Na Europa, índices de inflação apontam para uma desaceleração lenta na pressão sobre os preços e devem manter as apostas de juros mais altos por mais tempo na região. Ainda na agenda econômica, os Estados Unidos divulgam, às 9h30, o PCE (Índice de Despesas de Consumo Pessoal) que é utilizado para a meta de inflação. A expectativa é de que a leitura anual aponte para um nível de preços mais alto em 4,7%, ainda longe da meta de 2%.
No campos das commodities, o minério de ferro era negociado em queda forte, com a tonelada custando próximo a US$ 108 no início da manhã. O petróleo opera próximo à estabilidade a US$ 74,42, em alta de 0,08% para o barril tipo Brent.
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