BC promete cautela sobre “atenuação” da desaceleração da atividade
Em ata divulgada nesta terça-feira, 6, o BC identificou riscos para o processo de desinflação ligados aos reajustes salariais acima da meta de inflação
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) afirmou que manterá cautela em relação à “atenuação” da desaceleração da atividade econômica.
Em ata divulgada nesta terça-feira, 6, o comitê disse que o ritmo da atividade pode sofrer impacto do aumento da renda das famílias, como reflexo da elevação do salário-mínimo, de benefícios sociais e do mercado de trabalho mais resiliente.
“No que se refere à atividade econômica doméstica, prossegue o cenário de desaceleração da atividade antecipado pelo Comitê. No entanto, na discussão, apresentaram-se elementos que permitiriam observar, nos próximos meses, uma atenuação da desaceleração da atividade antecipada em função do aumento da renda das famílias, como reflexo da elevação do salário-mínimo, de benefícios sociais e do mercado de trabalho mais resiliente”, afirmou.
“Todos os membros do Comitê, no entanto, concordaram que o cenário-base do Comitê segue sendo de desaceleração gradual do crescimento econômico, com resiliência no consumo das famílias e menor dinamismo na formação bruta de capital fixo. Em suma, os dados de atividade divulgados desde a última reunião corroboram o cenário delineado pelo Copom e não houve alteração substancial sobre o cenário de crescimento”, acrescentou.
Sobre o mercado de trabalho, o BC identificou riscos para o processo de desinflação ligados aos reajustes salariais acima da meta de inflação.
“Notou-se que um mercado de trabalho mais apertado, com reajustes salariais acima da meta de inflação, pode potencialmente retardar a convergência da inflação, impactando notadamente a inflação de serviços e de setores mais intensivos em mão de obra. Em contraposição, uma recomposição favorável de preços relativos, uma dinâmica benigna de commodities ou uma menor inflação de serviços poderiam potencialmente contribuir para um processo desinflacionário mais célere”, disse.
O BC também manteve a indicação de que cortará a taxa básica de juros em meio ponto percentual nas próximas duas reuniões, prevendo uma queda da Selic de 11,25% para 10,25% já em maio.
“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, disse o BC.
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