BC inicia reunião que deve encerrar ciclo de cortes da Selic
Após nove meses de cortes, que levaram a taxa básica de juros de 13,75% ao ano para os atuais 10,50% a.a., autarquia deve interromper relaxamento monetário
Após sete cortes consecutivos, desde outubro do ano passado, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central debate o fim da redução da taxa básica de juros do Brasil. No mercado financeiro, a manutenção dos juros em 10,50% ao ano no encontro que termina nesta quarta-feira, 19, é dada como certa.
Na reunião passada, os membros do Comitê decidiram pela redução no ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual para 0,25 ponto percentual, citando incertezas nos cenários econômicos externo e interno. A votação foi dividida, com o grupo de diretores indicados por Lula defendendo a manutenção do ritmo de cortes em 0,50 ponto percentual. O dissenso fez com que parte dos investidores passassem a temer uma composição mais leniente com a inflação para o Banco Central a partir do fim do ano, quando o petista terá indicado todos os membros da autoridade monetária..
A expectativa, desta vez, no entanto, é que a decisão seja unânime e desfaça os receios do mercado de uma postura mais tolerante com a pressão sobre os preços na condução da política monetária. Os ruídos causados com a reunião anterior aceleraram a desancoragem das expectativas de inflação que passou de 3,72% em maio para 3,86% em 2024 na divulgação mais recente do Boletim Focus. Para o próximo ano, as estimativas para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) também subiram, de 3,64% para 3,75%.
Com agenda econômica vazia no dia, os investidores devem continuar a acompanhar com atenção as tentativas de apontamento de possíveis cortes nas despesas do governo. Após reuniões com Lula na segunda-feira, 17, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a falar em cortar gastos e benefícios tributários para equalizar as contas públicas, o que poderia ajudar na queda dos juros.
Após a devolução da MP que limitava a utilização de créditos de PIS e Cofins, no entanto, o mercado parece não acreditar mais na estratégia. O dólar está no segundo maior patamar do governo Lula em 5,42 reais e registrou a pior performance entre as moedas emergentes na segunda-feira, 17, memos após as declarações de Haddad sobre intensificar a revisão de gastos e combate a benefícios tributários.
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