BC aumenta taxa Selic para 10,75% a.a. em decisão unânime
Esse foi o primeiro reajuste na taxa básica de juros desde maio, quando o Copom a colocou no patamar de 10,50% ao ano
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu aumentar a taxa básica de juros, Selic, em 0,25 ponto percentual. A decisão foi tomada de forma consensual entre os nove diretores do BC que compõem o colegiado.
O ajuste era amplamente esperado pelo mercado financeiro, mas havia dúvidas sobre a amplitude da alta e a coesão do Comitê. Alguns especialistas entendiam que uma decisão dividida, como a ocorrida em maio, quando os quatro diretores indicados por Lula foram vencidos pelos cinco diretores indicados por Bolsonaro, poderia elevar a desconfiança sobre a condução da política monetária a partir do ano que vem, quando a maioria do colegiado será de indicados do petista.
Este foi a primeira alta da Selic desde a reunião de maio, quando o Copom decidiu reduzir a velocidade do corte na taxa, que tinha passado de 13,5% ao ano para o patamar de 10,50% a.a., onde permaneceu até a decisão desta quarta-feira, 18.
No Comunicado divulgado há pouco, o Copom repetiu o trecho sobre a preocupação com os “desenvolvimentos recentes da política fiscal que impactam a política monetária e os ativos financeiros”, e destacou uma piora no balanço de riscos.
“O Comitê avalia que há uma assimetria altista em seu balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação. Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se (i) uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado; e (iii) uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada”, defendeu o colegiado no comunicado.
O Comitê evitou indicar os próximos passos do autoridade monetária para a Selic e voltou a defender que a dinâmica será ditada pela evolução dos fatores de risco. “O ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo ora iniciado serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos“, reiterou a autoridade monetária.
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