Ata do FED deve ditar humor do mercado
Além disso, o resultado do segundo bimestre das contas públicas também podem mexer com as expectativas dos investidores locais
O texto com os pormenores da reunião que manteve os juros básicos americanos inalterados e jogou um balde de água fria nos investidores que esperavam por uma sinalização de início da flexibilização monetária nos Estados Unidos.
O documento não deve trazer muitas novidades, mas o mercado financeiro dedicará atenção a cada palavra do texto em busca de pistas sobre o futuro da política monetária. O adiamento do começo do ciclo de cortes das taxas básicas nos EUA afetam também as expectativas para a Selic no Brasil.
Com os juros mais altos lá fora, a taxa básica nacional tem o limite de queda restrito em função de uma possível pressão sobre a moeda brasileira. Isso porque os rendimentos mais atraentes nos Estados Unidos podem minar a atratividade da divisa nacional e impulsionar a saída de recursos daqui para o exterior. O resultado pode afetar o câmbio e, com dólar mais caro, as importações pressionam os preços internos, gerando inflação.
Por aqui, o mercado financeiro praticamente abandonou a esperança de novos cortes na Selic ainda este ano. A curva de juros futuros embute 7 pontos base de redução na taxa até o fim de 2024 e prevê praticamente 100 pontos base de aumento no ano seguinte.
No cenário político, os investidores também acompanham o desenrolar das medidas que tratam da desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia e da contribuição previdenciária de municípios menores. O governo tem enfrentado dificuldades para encontrar um compensação ao gasto fiscal depois da resistência do Congresso Nacional à ideia de taxar as compras internacionais abaixo de 50 dólares.
Além disso, durante a tarde desta quarta-feira, 22, o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do governo será apresentado em coletiva. A expectativa é de que o déficit primário tenha se aprofundado desde os 9,3 bilhões de reais registrados no levantamento do primeiro bimestre, mas que se mantenha dentro do limite estabelecido pelo arcabouço fiscal (pouco mais de 28 bilhões de reais).
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