Americanas culpa BTG por rombo bilionário
Em recurso apresentado ao STJ, a Americanas acusa o BTG Pactual de “participação, conivência e culpa” no rombo contábil de R$ 20 bilhões que levou o grupo varejista a pedir recuperação judicial...
Em recurso apresentado ao STJ, a Americanas acusa o BTG Pactual de “participação, conivência e culpa” no rombo contábil de R$ 20 bilhões que levou o grupo varejista a pedir recuperação judicial.
A estratégia jurídica se baseia nas chamadas “cartas de circularização” que o banco deveria encaminhar à PwC, auditoria responsável por avaliar o balanço da companhia. Esses documentos são um tipo de comunicação entre empresas de auditoria e credores para a checagem de dados.
“O BTG também teve participação nos atos que culminaram no cenário periclitante atual. Aliás, não apenas participação, mas conivência e culpa”, escreveram os advogados da Americanas nos autos.
Como publicamos nesta terça (31), a varejista contratou Cristiano Zanin, ex-advogado de Lula, para defendê-la na briga judicial contra o BTG. No Papo Antagonista de ontem, Claudio Dantas e o advogado Miguel Silva, especializado em direito empresarial, comentaram sobre a responsabilidade dos bancos e o risco de que o caso se enquadre em fraude de gestão, e não fraude contábil.
ATUALIZAÇÃO: no final da tarde desta quarta (1º), o BTG Pactual divulgou nota em que rebate as acusações das Americanas. Leia abaixo a íntegra:
“Como já esclarecido por outros bancos, a elaboração e aprovação de demonstrações financeiras que espelhem a realidade da companhia são responsabilidade única, exclusiva e não transferível da própria companhia e sua administração, incluindo sua diretoria e seu conselho de administração.
O BTG Pactual sempre tratou as suas operações com a Americanas de forma transparente, tanto que os saldos das operações foram regularmente reportados para o Sistema Central de Risco, mantido pelo Banco Central. Tais informações são plenamente acessíveis pela empresa devedora e terceiros autorizados por ela.
É completamente inconcebível alegar que o BTG Pactual iria compactuar com prática que poderia comprometer a sua exposição junto à companhia. A leviana criação de narrativas no intuito de atribuir aos Bancos qualquer tipo de responsabilidade neste lamentável episódio tem por objetivo desviar a atenção do problema central.
O BTG Pactual tem a firme convicção da correção de suas práticas e não se furtará a fazer valer todos os seus direitos.
Por fim, cumpre lembrar, que passadas três semanas desde o reconhecimento – pela própria Americanas – de práticas irregulares, nenhuma atitude efetiva foi tomada no sentido de sanar os problemas, capitalizar a Companhia ou atuar de maneira construtiva na recuperação da empresa e preservação de empregos e fornecedores.”
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