Aceleração no IPCA pode elevar estresse na discussão sobre juros
Inflação deve apontar forte aceleração na comparação mensal, de acordo com expectativas de mercado, mas desacelerar na leitura anual
Os investidores devem continuar ajustando das posições nesta sexta-feira, 10, após a redução no ritmo de cortes da Selic promovida pelo Banco Central dois dias antes. Entra em cena agora outro elemento que pode aumentar as incertezas e gerar ainda mais ruído, principalmente, nos mercados de juros futuros e câmbio.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deve mostrar aceleração do índice na leitura mensal para abril com 0,35% contra 0,16% de março. Na leitura anual, o indicador da inflação oficial deve ceder para 3,66% contra 3,93% acumulados até o levantamento terminado no mês anterior.
Após a volatilidade nos juros futuros vistos na quinta-feira, 9, com a decisão dividida do Copom (Comitê de Política Monetária) para a nova meta da taxa Selic, os dados sobre a pressão sobre os preços podem adicionar dificuldades para a ancoragem das expectativas inflacionárias que o Banco Central tem buscado.
No cenário político, o governo tem conseguido negociar pautas vistas como prejudiciais à saúde fiscal do país e avançado nas discussões. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou acordo pela a prorrogação da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, com a manutenção da desoneração neste ano e aumento gradual da tributação a partir de 2025 e extinção do benefício em 2028 com a retomada da alíquota de 20% sobre a folha de salários.
O ministro, no entanto, ainda precisa buscar uma concertação com os prefeitos de municípios que são beneficiados pela mesma medida e que ainda está sob análise do STF (Supremo Tribunal Federal) após provocação do governo. Haddad informou que as conversas devem começar na semana que vem.
Em outra batalha, o Planalto conseguiu reduzir o impacto das emendas de comissão com a derrubada parcial do veto presidencial ao valor original de 5,6 bilhões de reais. Ainda assim, os gastos com a medida ficaram em 3,6 bilhões de reais.
No front dos vetos, ainda sem acordo e temendo uma provável derrota, o Executivo conseguiu adiar a apreciação da previsão de um cronograma obrigatório de desembolso de emendas parlamentares até junho deste ano.
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