O terceiro mandato de Bolsonaro
“O tucanato, responsável pelo envenenamento do regime presidencialista brasileiro ao patrocinar o instituto da reeleição, voltou a namorar com o parlamentarismo”, diz Elio Gaspari. “Chamam-no de semipresidencialismo por uma questão de pudor...
“O tucanato, responsável pelo envenenamento do regime presidencialista brasileiro ao patrocinar o instituto da reeleição, voltou a namorar com o parlamentarismo”, diz Elio Gaspari.
“Chamam-no de semipresidencialismo por uma questão de pudor (…).
A ideia de que o semipresidencialismo limitaria os poderes de Jair Bolsonaro num eventual segundo mandato é golpista e pobre. É golpista porque cheira ao truque de 1961, quando foi instituído o parlamentarismo para permitir a posse do vice-presidente João Goulart. É pobre porque um Bolsonaro, uma vez reeleito, mastigaria o regime, como Goulart mastigou-o”.
Se o sociopata for reeleito, ele vai mastigar o regime de qualquer maneira, trabalhando por um terceiro mandato.
De fato, nenhum sistema é imune a golpes, sobretudo quando os membros do Congresso Nacional e do Judiciário podem ser comprados por um caudilho. A democracia só sobrevive com impeachment e cadeia, os dois instrumentos que parlamentaristas, presidencialistas e semipresidencialistas mais abominam.
Sobre o truque do semipresidencialismo, recomendo a leitura do comentário de Mario Sabino (clique aqui).
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