O Brasil morreu
Copio um trecho de minha coluna na Crusoé , intitulada “O Brasil morreu” (se quiser ler o resto, assine a revista, por favor): Em 1989, fui levado para conhecer o velho ACM, em seu casarão em Salvador. A visita foi insuportavelmente aborrecida e apaguei-a da memória...
Copio um trecho de minha coluna na Crusoé , intitulada “O Brasil morreu” (se quiser ler o resto, assine a revista, por favor):
Em 1989, fui levado para conhecer o velho ACM, em seu casarão em Salvador. A visita foi insuportavelmente aborrecida e apaguei-a da memória, exceto pelo ar-condicionado polar, que provocou um resfriado em minha mulher, pelos oratórios barrocos espalhados por todos os aposentos, seguramente adquiridos com recursos profanos, e pela imagem grotesca de uns meninos engomados que cumprimentavam obsequiosamente o velho oligarca, entre os quais ACM Neto, que tinha apenas 11 anos. O Brasil não mudou nada de lá para cá. Continua naquela mesma página de Gilberto Freyre: lida, relida, sublinhada e anotada (…).
No mesmo ano em que fui visitar ACM, Lula disputou pela primeira vez o Palácio do Planalto. Ronald Reagan havia acabado de encerrar seu mandato. Os principais governantes do mundo eram Mikhail Gorbatchov, Helmut Kohl e Deng Xiaoping. Lula foi eleito, reeleito e, depois de ter passado mais de um ano preso, flagrado no departamento de propinas das empreiteiras baianas, ainda assombra o país, com os mesmos parceiros, os mesmos propósitos e os mesmos métodos que o acompanharam à cadeia.
Estou velho.
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