Meu herói é Volodymyr Zelensky. Meu herói judeu. Comediante e judeu. Escrevi sobre isso na Crusoé: “Zelensky resgatou o que a humanidade fez de melhor”. Se quiser dar uma espiada na coluna, clique aqui. 

Mas meu herói não está lutando sozinho contra Vladimir Putin. O correspondente de guerra do Corriere della Sera, Andrea Nicastro, fez um ótimo retrato de Valery Zaluzhny, que comanda as tropas de Kiev contra o carniceiro russo.

Ele é o primeiro chefe de Estado-Maior ucraniano que não se formou na academia soviética. Zelensky nomeou-o há menos de um ano, exatamente porque ele era o oposto de seus predecessores, que entregaram a Crimeia aos russos sem disparar um único tiro. 

“Seu batismo de fogo foi justamente a secessão pró-russa do Donbas, em 2014. Por mérito dele e de outros jovens oficiais, as primeiras conquistas russas se limitaram a uma fração do território da região. Ele atirou e lutou; mas, sobretudo, soube animar um exército improvisado, composto mais por voluntários e milicianos do que por profissionais.

A ala de jovens rebeldes de Maidan, estudantes universitários de Kiev com cabelos compridos e paixão pelo rock, que Zaluzhny levou para o Donbas, tornou-se lendária na Ucrânia. Foi com esses soldados que o país deteve os separatistas pró-Rússia (…).

Ele é um ferrenho defensor da Otan. Foi ele quem insistiu que a Ucrânia participasse de campos de adestramento junto com americanos e ingleses (…). 

Suas listas de compras são compostas de drones, aparelhos eletrônicos, sensores. Ele é apaixonado pelo Javelin, o foguete antitanque americano letal e fácil de usar. O Javelin pode se tornar para a Ucrânia o que o Stinger foi para o Afeganistão”.

Bom domingo, Javelin.