Bolsonarismo e antibolsonarismo nas ruas
Seis semanas depois da posse, sugeri que os generais palacianos tutelassem Jair Bolsonaro. Em meados de 2019, passei a defender seu impeachment. Há um ano, com o estouro da epidemia, repito diariamente que o sociopata deve ser processado e preso. O meu antagonismo, portanto, é insuspeito. Mesmo assim, repudio os protestos de rua organizados pela esquerda...
Seis semanas depois da posse, sugeri que os generais palacianos tutelassem Jair Bolsonaro. Em meados de 2019, passei a defender seu impeachment. Há um ano, com o estouro da epidemia, repito diariamente que o sociopata deve ser processado e preso. O meu antagonismo, portanto, é insuspeito. Mesmo assim, repudio os protestos de rua organizados pela esquerda. Não por serem de esquerda, e sim por serem criminosos, porque facilitam a difusão do vírus.
O Estadão discorda de mim. Em editorial, o jornal cita o perigo da terceira onda, mas prefere destacar os aspectos positivos dos atos antibolsonaristas:
“Não é trivial ir às ruas para expressar descontentamento com o governo em meio a uma pandemia, que dá todos os sinais de um novo recrudescimento (…).
Os protestos da oposição tendem a marcar uma inflexão na atmosfera política. Para muita gente, o risco da continuidade do governo de Bolsonaro é maior do que o perigo representado pelo coronavírus, razão pela qual valeria a pena arriscar-se em manifestações de rua se isso causar problemas para o presidente. Exagerado ou não, esse ânimo é significativo do cansaço com a irresponsabilidade de Bolsonaro, não apenas durante a atual crise, mas praticamente desde a posse (…).
O embate entre o bolsonarismo e o antibolsonarismo, que antes estava restrito ao universo das redes sociais, a partir de agora poderá ser travado ao ar livre, com ou sem vírus.”
Não dá para aglomerar manifestantes nas ruas e, ao mesmo tempo, reclamar da Copa América.
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