Scarlett Johansson: “Me pediram para não fazer um filme sobre o Holocausto”
‘A Incrível Eleanor’ é a estreia da atriz como diretora, em longa que retrata mulher que entra para grupo de sobreviventes
Scarlett Johansson, em sua estreia na direção, manteve a integridade do roteiro de seu filme, Eleanor the Great (A Incrível Eleanor), apesar de uma exigência de última hora de um financiador. O patrocinador solicitou que o elemento central da trama – uma mulher idosa e judia, que falsamente afirma ser sobrevivente do Holocausto após um mal-entendido – fosse removido do argumento.
A atriz e diretora rejeitou a alteração, o que culminou na perda abrupta de uma parte significativa do orçamento total de US$ 9 milhões. A produção, contudo, foi resgatada, garantindo a continuidade do projeto.
A demanda pela mudança na história ocorreu após meses de trabalho preparatório, conforme relatou. O objetivo do financiador era retirar o tema do Holocausto. Johansson afirmou que a exigência era uma objeção ao que o filme representava.
Em entrevista ao The Telegraph, argumentou que o ponto da narrativa era o impacto de uma mentira grave: “Quer dizer, se eles tivessem dito ‘Eu só vou apoiar isso se você filmar em Nova Jersey’ ou ‘Precisamos fazer isso até a primavera’, isso teria sido uma coisa. Mas eles estavam se opondo ao que o filme realmente era. Tinha que ser sobre o que acontece quando alguém é pego na pior mentira imaginável; se não o Holocausto, então o que poderia ser?”.
Investidor retira o dinheiro
O conflito resultou na retirada do investidor, fazendo com que uma porção considerável do orçamento, equivalente a £6,8 milhões, desaparecesse de um dia para o outro, a poucas semanas do início da filmagem.
“Nós estávamos falando sobre o filme por tantos meses, e então este foi o resultado?”, disse a atriz. “Foi realmente chocante, e eu fiquei tão desapontada”.
Diante do desfalque financeiro, a diretora organizou uma busca emergencial por novos parceiros. A Sony Pictures Classics aderiu ao projeto como distribuidora, cobrindo o valor em falta e permitindo que as filmagens tivessem prosseguimento, conforme o planejado inicialmente.
O tempo era pouco para finalizar a produção. A protagonista, June Squibb, que havia completado 94 anos na época da definição do cronograma, tinha disponibilidade limitada, o que tornava a urgência financeira ainda maior. A veterana atriz é conhecida por seus papéis em Nebraska e Thelma.
O filme teve sua estreia mundial no festival de Cannes.
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