Mario Sabino: Vai e decifra o teu enigma
Em sua coluna para a Crusoé desta semana, Mario Sabino comenta o livro Lacan Ainda, em que a autora Betty Milan fala de sua experiência como analisanda do psicanalista francês Jacques Lacan...
Em sua coluna para a Crusoé desta semana, Mario Sabino comenta o livro Lacan Ainda, em que a autora Betty Milan fala de sua experiência como analisanda do psicanalista francês Jacques Lacan.
“Quando foi fazer análise em Paris, Betty estava às voltas com a sua família libanesa, que era (…) a pior melhor família do mundo na qual se podia nascer: conservadora nos costumes, mas que incentivara a primogênita a estudar Medicina, até então reduto masculino; acolhedora e ao mesmo tempo castradora; inserida na sociedade pelo dinheiro, mas discriminada pela origem; estabelecida num país no qual não se reconhecia culturalmente, mas onde se multiplicara. Naquele momento, a paulistana Betty encontrava-se aprisionada como ‘turquinha’.
A análise com Jacques Lacan foi libertadora. Graças ao psicanalista, Betty aceitou as suas origens, a sua família, o seu país — e conseguiu ser mãe e tornar-se escritora. ‘Quando Lacan faleceu, em 1981, coloquei como epígrafe, no obituário escrito para o jornal, um verso de Saint-John Perse (poeta francês): ‘Me chamavam de obscuro e eu habitava o clarão’. Lacan iluminou o meu caminho, possibilitando que uma descendente de imigrantes libaneses, vítima de xenofobia e autoxenofobia, pudesse se aceitar’, diz Betty.”
LEIA AQUI a íntegra da coluna (aberta para não assinantes); assine a Crusoé e apoie o jornalismo independente.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)