Josias Teófilo na Crusoé: “O barroco e a identidade brasileira”
O barroco é a alma do Brasil. O título do livro do poeta Affonso Romano de Sant’Anna (Barroco, alma do Brasil) resume bem o papel do estilo que primeiro se cristalizou no nosso país...
O barroco é a alma do Brasil. O título do livro do poeta Affonso Romano de Sant’Anna (Barroco, alma do Brasil) resume bem o papel do estilo que primeiro se cristalizou no nosso país. Em Imagem e Persuasão – Ensaios sobre o Barroco, Giulio Carlo Argan defende que para entender o barroco não se deve recorrer aos livros sobre arte da filosofia clássica, como a poética de Aristóteles, mas aos livros sobre retórica.
É que o barroco surge no contexto da Contrarreforma, a reação da Igreja Católica ao avanço do protestantismo, em que o elemento retórico era preponderante – buscava-se convencer, converter. Os ecos da Contrarreforma chegaram ao Brasil através da arte, mas, no nosso país, o elemento retórico tinha outro aspecto, missionário e jesuíta. O Brasil já nasceu sob a égide do catolicismo – e este é, segundo Gilberto Freyre, o cimento da identidade nacional. Aqui na Terra de Santa Cruz não havia Reforma Protestante, mas havia a intenção de converter os índios e propagar no novo continente a fé católica. Jamil Almansur Haddad relaciona a origem do espírito barroco a um homem: Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus. Diz ele: “Admite-se hoje que o Barroco seja a arte deste formidável movimento espiritual que passou à História com o nome de Contrarreforma e de cujos ideais religiosos a Companhia de Jesus foi arauta e propagadora”.
Mas o que é o barroco? Segundo Heinrich Wölfflin,…
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