Josias Teófilo na Crusoé: Cultura de fim de semana
Visão de que a cultura não pode ser aproveitada durante a semana é coisa de ambiente pouco desenvolvido
O debate sobre a possível alteração da escala 6×1 promoveu algumas reflexões relevantes sobre trabalho, descanso e lazer, assim como as implicações econômicas de tal rotina.
Existe uma certa visão no nosso país de que cultura é coisa de fim de semana.
Depois de trabalhar durante a semana, o indivíduo pode ser dar ao luxo de ir a um evento cultural. Tal visão é própria de um ambiente pouco desenvolvido culturalmente.
Lembro de ir ao Kennedy Center, em Washington, e ver a programação com 365 concertos por ano, um por dia. E não é programação simplória, é uma programação diária com excelência, músicos internacionalmente relevantes, nas mais diversas formações.
Na Europa, até mesmo nas igrejas, a vitalidade da programação cultural é diária — assim como nos cinemas de rua, que ainda existem em Paris.
Evidentemente que, para um artista, a prática da sua arte é atividade diária. Mas é também a fruição.
Um Lawrence da Arábia por dia
Steven Spilberg descobriu o cinema quando viu Lawrence da Arábia, o grande clássico de David Lean, ainda adolescente, e passou a assistir ao filme todo dia no cinema — o mesmo filme, todo dia.
Os integrantes da Escola de Frankfurt insistiam muito na questão da alienação provocada pelo trabalho.
O indivíduo chega cansado do trabalho e só consegue fruir arte de qualidade duvidosa…
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