Josias Teófilo na Crusoé: Arte e mercado
Entre 29 de março e 2 de abril aconteceu a 19a edição da SP-Arte, feira de arte e design que apresentou ao público mais de cinco mil obras de cerca de 2 mil artistas no Pavilhão da Bienal, projetado por Oscar Niemeyer, em São Paulo...
Entre 29 de março e 2 de abril aconteceu a 19a edição da SP-Arte, feira de arte e design que apresentou ao público mais de cinco mil obras de cerca de 2 mil artistas no Pavilhão da Bienal, projetado por Oscar Niemeyer, em São Paulo.
A própria existência da feira enseja uma boa discussão sobre arte e comércio. Existe uma visão da esquerda muito difundida que contrapõe comércio e produção artística. Segundo o teórico marxista Theodor Adorno, a indústria cultural serve à classes dominantes e impõe uma padronização à produção artística. A consequência é a massificação das obras, já que o objetivo é apenas o lucro. A visão de Adorno é hoje um pouco obsoleta dentro da esquerda – mais preocupada em se apropriar da indústria cultural para as pautas identitárias do que em destruí-la – porém é bastante difundida até hoje. Não é raro ouvirmos que um artista ou uma banda “se vendeu”, que tal filme é “só um filme comercial”, e por aí vai.
Acontece que é dentro do capitalismo que existe a maior diversidade na produção artística. Basta ver a variedade de obras dentro da própria SP-Arte: ali tem arte indígena, contemporânea, sacra, anti-religiosa, comercial, antiguidades, imitações de Pop Art, design, etc.
Nos países onde o marxismo foi colocado em prática a diversidades de correntes artística e de estilos é muito menor. Na época de Stálin chegou-se ao extremo de impor uma estética oficial que precisava ser seguida à risca, o Realismo Socialista. Só depois da morte de Stálin essas regras foram afrouxadas – o primeiro filme feito fora das regras do Realismo Socialista foi o Quadragésimo Primeiro, de Grigori Chuckhrai, em 1956.
No cinema,…
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