Após 70 anos, papa aponta novo bispo na China
O Padre Thaddeus Wang Yuesheng, 58 anos, foi consagrado bispo de Zhengzhou, China, nesta quinta-feira, 25, encerrando uma vacância de 70 anos na diocese. A nomeação, anunciada pelo Vaticano, ocorreu como parte do acordo provisório entre a Santa Sé e o governo chinês.
O Padre Thaddeus Wang Yuesheng, 58 anos, foi consagrado bispo de Zhengzhou, China, nesta quinta-feira, 25, encerrando uma vacância de 70 anos na diocese. A nomeação, anunciada pelo Vaticano, ocorreu como parte do acordo provisório entre a Santa Sé e o governo chinês.
A cerimônia de consagração contou com a presença de mais de 300 clérigos e fiéis. Nascido em 27 de fevereiro de 1966 na cidade de Zhumadian, na província de Henan, Wang foi ordenado sacerdote em 17 de outubro de 1993. Desde 2011, ele vinha atuando como pároco no distrito de Huiji, em Zhengzhou, além de ser presidente da Associação Patriótica Católica de Henan e vice-diretor do Comitê de Assuntos Acadêmicos.
A Diocese de Zhengzhou permaneceu sem bispo desde a década de 1950. Criada em 11 de abril de 1946, a diocese enfrentou dificuldades após revolução na China em 1949. O Partido Comunista Chinês (PCC) isolou a Igreja e expulsou sacerdotes estrangeiros, incluindo o bispo Faustino Tissot, em 1953.
Após a morte do ditador comunista Mao Tsé-tung em 1976, Deng Xiaoping promoveu um período de “abertura”, permitindo uma retomada limitada das atividades religiosas. A ordenação de Wang foi realizada na igreja de Qinghuayuanlu, dedicada a Nossa Senhora de Lourdes, com a participação de líderes eclesiásticos importantes do país, incluindo o bispo de Xangai, Joseph Shen Bin
As relações entre a China e a Igreja Católica têm sido historicamente tensas, refletindo o embate entre o catolicismo e o regime comunista.
A China e o catolicismo
A introdução do catolicismo na China ocorreu na dinastia Yuan, mas só ganhou força com a chegada do missionário italiano Mateo Ricci em 1582. Em 1951, as autoridades chinesas impuseram um corte nas relações com a Santa Sé, perseguindo clérigos resistentes.
A criação da Associação Patriótica Católica da China em 1957 e da Conferência dos Bispos Católicos da China em 1980 representou uma tentativa de controle estatal sobre a Igreja. O acordo provisório de 2018 entre a Santa Sé e a China, permitindo a nomeação de bispos, foi um passo em direção à regularização das relações, mas ainda sob forte influência governamental.
O catolicismo na China, apesar de contar com milhares de igrejas e seminários, continua enfrentando desafios e restrições impostas pela ditadura comunista.
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