Alexandre Soares na Crusoé: “Por que nos interessamos por James Bond?”
Porque não sabemos muito sobre ele. Sim, sabemos como prefere o martini, sabemos que gosta de beber...
Porque não sabemos muito sobre ele. Sim, sabemos como prefere o martini, sabemos que gosta de beber, que tem uma propensão à tecnologia, que gosta de jogos de cartas e que os pais morreram num acidente de esqui. E sabemos que gosta, ou gostava, de mulher. Mas é basicamente isso.
Sabemos pouco, e o que sabemos é superficial. E desse jeito conseguimos nos projetar nele, e viver o que ele vive, na imaginação.
Isso vai acabar, óbvio, já que as encarnações futuras de James Bond vão explicitar as suas opiniões sobre todos os assuntos do mundo, da invasão do Capitólio à origem laboratorial do Covid. Em breve saberemos exatamente o que James Bond achou sobre a eleição de Giorgia Meloni na Itália, sobre a série The Bear ou sobre as calças justas de Jorge Dória em 2020.
Se duvidam, vejam este trecho do novo livro de Bond, On His Majesty Secret Service, escrito pelo autor indicado pelos herdeiros de Ian Fleming, Charlie Higson. Bond está na Hungria perseguindo um político classificado como sendo (já que aparentemente James Bond e Flávio Dino estão alinhados nas suas preocupações) “extrema direita”:
“É por isso que Bond sentiu uma profunda sensação de tristeza pelo fato de este belo, civilizado e ordeiro país ter sido arrastado de volta para a extrema direita por Viktor Orban, usando o manual nacionalista, grosseiro mas eficaz. Agitando…
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