Quem é quem na disputa pela PGR
Jair Bolsonaro recebeu uma lista com três indicações à vaga de procurador-geral da República. O Comentarista acompanha o que cada um tem feito para ser o escolhido do presidente -- e quem corre por fora...
Jair Bolsonaro recebeu uma lista com três indicações à vaga de procurador-geral da República.
O Comentarista acompanha o que cada um tem feito para ser o escolhido do presidente — e quem corre por fora.
O presidente tem até setembro para decidir quem indicará para a Procuradoria-Geral da República. No início do ano, falou que aguardaria a lista tríplice da ANPR, mas alertou que só a respeitaria se tivesse “um nome nosso“.
O STF – em especial, Dias Toffoli – quer que o escolhido seja um subprocurador-geral.
O presidente prometeu tomar a decisão aos “48 do segundo tempo“. Mas depois disse que já em agosto anunciará o escolhido – seguindo a Constituição, que não o obriga a concordar com a lista da ANPR.
– Quem está na lista tríplice
– Mário Bonsaglia
Subprocurador-geral, foi o mais votado, com 478 votos. Visto como corporativista, mostrou-se contrário a uma nova lei contra abuso de autoridade.
Em busca de apoio, entrou em contato com Sergio Moro e com a advogada de Bolsonaro. E se calou sobre a polêmica decisão em que Toffoli suspendeu investigações baseadas em dados do Coaf.
– Luiza Frischeisen
Subprocuradora-geral, foi a segunda mais votada, com 423 votos. É favorável à dedicação exclusiva de forças-tarefas a grandes casos de corrupção. Os colegas a veem como esquerdista. Surgiu comentando o caso de Flávio Bolsonaro em uma das mensagens vazadas contra a Lava Jato – o que praticamente anulam as chances dela.
– Blal Dalloul
Era homem de confiança de Rodrigo Janot na área administrativa. Por ser procurador regional, está um nível abaixo dos concorrentes. Ficou em terceiro lugar, com 422 votos.
Não viu abuso de Moro nos vazamentos que atingiram o ministro da Justiça. Da lista, foi o único a não se encontrar com Toffoli no início do mês, mas fez uma rodada de encontros com ministros de Bolsonaro.
– Correm por fora
– Raquel Dodge
Disse estar disponível para a recondução ao cargo. A disposição gerou críticas dos colegas, uma vez que a atual PGR não se candidataria à lista tríplice.
O presidente não a descartou. Mas o sucesso dela depende de uma relação, digamos, harmoniosa entre os presidentes da República, Senado e Câmara Federal.
– Paulo Gustavo Gonet Branco
Ganhou força recentemente entre os preferidos do presidente. Foi sócio de Gilmar Mendes no IDP, o que faz com que ele seja visto como um obstáculo à Lava Jato.
– Vladimir Aras
O Globo chegou a noticiar que os procuradores da Lava Jato em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo tinham se decidido pelo nome de Vladimir Aras. Mas as operações carioca e curitibana não sustentaram a posição.
Tido como nome certo antes dos vazamentos de mensagens da operação, o favorito de Sergio Moro ficou fora da lista tríplice. Respeitando a decisão da ANPR, o procurador regional decidiu não aceitar qualquer indicação.
– Augusto Aras
Segundo aliados, ao salvar Flávio Bolsonaro, Toffoli se cacifou para indicar o próximo PGR. Juntamente com Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, o presidente do STF apoia a renovação do mandato de Dodge, tendo Augusto Aras como segunda opção.
Aras lançou-se à disputa defendendo o que chamou de “democracia militar” – uma referência à presença de militares no primeiro escalão do governo Bolsonaro.
– Ailton Benedito
Mesmo já deixando claro não ter interesse na vaga, é o preferido de grupos militantes de direita mais alinhados a Bolsonaro.
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