Dias consecutivos no Brasil aumentam com ondas de calor e seca, revela estudo
Análise das ondas de calor e securas no Brasil nos últimos 60 anos, seus impactos e relação com o aquecimento global.
O aumento das temperaturas médias e a ocorrência de períodos prolongados sem chuva têm caracterizado o clima brasileiro nas últimas décadas. Um estudo recente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revela dados preocupantes sobre essas mudanças climáticas. Com base em 60 anos de dados, a pesquisa indica que as ondas de calor no Brasil aumentaram mais de quatro vezes nos últimos 30 anos.
Além disso, o estudo destaca um aumento no número de dias consecutivos sem chuva, que passaram de uma média de 80 para 100 dias ao longo das últimas seis décadas. Essa tendência agrava o cenário climático, especialmente no contexto da primavera de 2024, descrita como uma estação seca e quente.
Por que as ondas de calor estão aumentando no Brasil?
A pesquisa realizada pelo Inpe foi feita a pedido do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e se baseou em análises de dados coletados entre 1961 e 2020. Os resultados mostram que eventos climáticos extremos, como as ondas de calor, subiram de sete para 32 eventos nas últimas três décadas. Esses dados são um indicativo claro de como o clima no país está mudando.
Quais as implicações das secas prolongadas?
O aumento no número de dias consecutivos sem chuva, conhecido como CDD (do inglês, Consecutive Dry Days), atingiu um novo patamar. Nas análises do Inpe, o CDD médio entre 1961 e 1990 era de cerca de 80 a 85 dias. Entretanto, na década mais recente, esse número subiu para aproximadamente 100 dias, afetando especialmente as regiões do Nordeste e do Centro-Oeste.
O que caracteriza o clima extremo?
As ondas de calor são apenas uma parte do que se considera clima extremo, que também inclui eventos como tufões, ciclones e deslizamentos. De acordo com o Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz, eventos climáticos extremos resultam de interrupções severas no funcionamento normal de uma comunidade, impactando o dia a dia das pessoas.
Impactos na saúde pública
Os eventos climáticos extremos não causam apenas perdas materiais, mas também problemas significativos de saúde. Um artigo da Faculdade de Saúde Pública da USP aponta que esses fenômenos aumentam os riscos à saúde, além de causar danos ao meio ambiente.
Perspectivas futuras diante do aquecimento global
O mais recente relatório do IPCC destaca que as mudanças climáticas estão afetando diferentes regiões de maneiras diversas. As análises do Inpe corroboram essa visão, demonstrando o aumento na frequência e intensidade de eventos climáticos extremos no Brasil desde 1961.
- Análise detalhada do clima entre 1961 e 2020.
- Aumento de mais de quatro vezes na ocorrência de ondas de calor.
- Crescimento no número de dias consecutivos sem chuva.
- Impactos na saúde e no meio ambiente.
À medida que o aquecimento global avança, espera-se que esses fenômenos se tornem ainda mais frequentes e intensos. O Brasil já está experimentando essas transformações, o que evidencia a necessidade urgente de políticas públicas para mitigar os efeitos adversos dessas mudanças climáticas.
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