Volkswagen vai indenizar funcionários vítimas da ditadura
A Volkswagen vai pagar cerca de R$ 36,3 milhões em indenizações a mais de 60 ex-funcionários perseguidos durante a ditadura militar (1964-1985)...
A Volkswagen vai pagar cerca de R$ 36,3 milhões em indenizações a mais de 60 ex-funcionários perseguidos durante a ditadura militar (1964-1985).
O valor faz parte de acordo assinado pela montadora com o MP de São Paulo, o MPF e o MP do Trabalho. Em contrapartida, os órgãos vão encerrar três inquéritos civis sobre o assunto que correm desde 2015.
A montadora deve assinar o acordo nesta quinta-feira (24) em São Paulo.
Do total previsto no acordo, R$ 16,8 milhões serão doados à Associação Henrich Plagge, que congrega os trabalhadores da Volkswagen, e será dividido entre os ex-funcionários que foram alvo de perseguições por suas orientações políticas.
Outros R$ 10,5 milhões serão destinados a projetos que resgatam a memória sobre as violações aos direitos humanos e a resistência dos trabalhadores na época.
As investigações apontaram que a Volkswagen colaborou com o aparato repressivo da ditadura a a partir de milhares de documentos, informações de testemunhas e relatórios de pesquisadores, um contratado pelo Ministério Público Federal e outro pela própria empresa.
Segundo os inquéritos, muitos dos trabalhadores foram demitidos, detidos ou assediados pela polícia e não conseguiram encontrar novos empregos durante anos.
No fim de 2017, a Volkswagen divulgou um relatório sobre sua participação na ditadura militar.
O documento, do historiador alemão Christopher Kopper, concluiu que, em 1972, seis trabalhadores foram presos e pelo menos um torturado nas dependências da fábrica de São Bernardo do Campo.
Em outro trecho, Kopper afirmou que “a Volkswagen do Brasil foi irrestritamente leal ao governo militar e compartilhou os seus objetivos econômicos e da política interna”.
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