Vice-líder do governo no Congresso diz que reforma tributária pode ser aprovada em 2022 Vice-líder do governo no Congresso diz que reforma tributária pode ser aprovada em 2022
O Antagonista

Vice-líder do governo no Congresso diz que reforma tributária pode ser aprovada em 2022

avatar
Wilson Lima
6 minutos de leitura 30.01.2022 16:00 comentários
Brasil

Vice-líder do governo no Congresso diz que reforma tributária pode ser aprovada em 2022

O Congresso Nacional retoma, na próxima quarta-feira, suas atividades parlamentares com o desafio de conseguir avançar, principalmente, na pauta econômica. Mas como 2022 é um ano eleitoral, a tendência é que a polaridade Lula x Bolsonaro seja a responsável...

avatar
Wilson Lima
6 minutos de leitura 30.01.2022 16:00 comentários 0
Vice-líder do governo no Congresso diz que reforma tributária pode ser aprovada em 2022
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O Congresso Nacional retoma, na próxima quarta-feira, suas atividades parlamentares com o desafio de conseguir avançar, principalmente, na pauta econômica. Mas como 2022 é um ano eleitoral, a tendência é que a polaridade Lula x Bolsonaro seja a responsável por nortear o trabalho legislativo este ano.

“Eu acho que é um ano que terá uma discussão, do ponto de vista eleitoral, repetindo o que houve lá atrás, com Bolsonaro e o PT. A tendência é haver, de fato, essa polaridade. Essa discussão entre os dois opostos políticos vai nortear a condução do ano [legislativo], na minha opinião”, disse a O Antagonista, o vice-líder do governo no Congresso Cláudio Cajado (PP-BA).

Para o parlamentar, pautas como a reforma tributária ou a PEC dos Combustíveis – que será entregue semana que vem ao Congresso – têm condição de avançar, mas vão depender de um consenso entre Câmara e Senado.

“Se o Senado votar a PEC 110 [reforma tributária relatada pelo senador Roberto Rocha, do PSDB-MA], aí a gente na Câmara pode criar um consenso de avançar. Então, se eles votarem lá, é possível que até o final do primeiro semestre a Câmara também aprove”, afirmou o vice-líder.

Leia os principais trechos da entrevista:

Na próxima quarta-feira, o Congresso retoma as suas atividades. Na sua opinião vice-líder, quais devem ser a prioridades para este ano, sabendo que ele será mais curto por conta das eleições? Já há algum cenário em vista?

O presidente [da Câmara] Arthur Lira (PP-AL) deve fazer uma reunião nos próximos dias com todos os líderes para poder pautar as matérias que sejam consensualizadas e mais relevantes. Sabemos que ano político sempre existe uma dificuldade de você colocar em votação matérias polêmicas. Embora a Câmara tenha aprovado mudanças em relação aos rituais relacionados à obstrução de matérias, de qualquer forma, sempre há uma dificuldade um ano eleitoral para você pautar matérias que não tenham um consenso maior.

Então, acredito que, com a reunião de líderes, você já consiga elencar as matérias que seriam objeto desse primeiro semestre e até do pós-eleição.

Deve ser um ano calcado nas eleições presidenciais? Isso vai interferir nos trabalhos?

Eu acho que é um ano que terá uma discussão, do ponto de vista eleitoral, repetindo o que houve lá atrás, com Bolsonaro e o PT. A tendência é haver, de fato, essa polaridade. Essa discussão entre os dois opostos políticos vai nortear a condução do ano [legislativo], na minha opinião. Então, o espaço para votar algo importante, vai depender um pouco do consenso que se faça com o Senado. Por exemplo: tem aí a matéria tributária. Se o Senado votar a PEC 110, aí a gente na Câmara pode criar um consenso de avançar. Então, se eles votarem lá, é possível que até o final do primeiro semestre a Câmara também aprove.

Além da PEC 110, o que pode avançar este ano?

Temos as medidas provisórias. Temos uma série de MPs, entre elas, eu ressalto aí, a de crédito de baixa renda. É uma medida importante, do ponto de vista, inclusive, do consenso entre os parlamentares. Então, podemos avançar. A regularização fundiária também pode avançar. Ela ficou pendente no ano passado e não houve tempo de votá-la.

Lira disse que pretendia estabelecer o seguinte critério para a votação dos principais projetos da Câmara: pautar um projeto da direita e, em seguida, outro da esquerda. Um exemplo é a legalização dos jogos de azar, pauta do presidente da Câmara, e o cultivo da Cannabis para fins medicinais, esta uma matéria da esquerda. O senhor acha que essa metodologia pode funcionar?

Tem matérias em que a gente busca o consenso. E, ainda que não tenha um consenso integral, você pode destacar um ou outro ponto e colocá-lo em votação. Eu acho que a oposição tem que ser tratada com respeito. E a partir do momento em que você ouve a oposição, e ela não tenta emplacar uma pauta ‘apelativa’ do ponto de vista eleitoral, para se criar constrangimentos de parte a parte, determinados projetos podem ser votados. Vivemos em um regime democrático e, caso não seja uma pauta consensualizada, votamos e a maioria que decida.

Dois projetos são apontados como prioritários no início do ano: a PEC dos Combustíveis e a possibilidade de mudança nas regras de liberação de recursos para cidades atingidas por tragédias naturais. Essas pautas podem avançar também?

A primeira matéria é polêmica, porque ainda tem muita resistência dos governadores, embora seja uma solução encontrada pelo governo federal para se dar uma resposta para o controle inflacionário. Mas existe ainda muita discussão e muita resistência por parte dos governadores por causa da perda de receita. Então, isso precisa ser estuado. Essa proposta tem o apoio do presidente Arthur Lira. Ele quer ver essa proposta avançar. Acho que nós podemos construir um ambiente propício para que a gente possa votar, até porque vai ao encontro da vontade da população de reduzir seu custo de vida. Acho que vamos avançar.

 E sobre a questão das enchentes?

Com relação à questão das mudanças na legislação para liberação de recursos após catástrofes, é algo que precisa avançar. Não sei se há tempo de deliberar, mas o grupo de estudo responsável por apresentar propostas pode apresentar boas soluções até o final do semestre .

É um mecanismo sugerido pelo presidente Arthur Lira para equacionar a morosidade na reconstrução de regiões atingidas por desastres naturais. Uma coisa é você atender de forma emergencial, como sempre é feito. O governo Bolsonaro o fez, colocou Exército, Marinha, Ministério do Desenvolvimento Regional, Ministério da Cidadania, à disposição de estados e municípios, com liberação de recursos.

Essa primeira fase, de emergência, foi feita. Agora, a segunda parte, a de reconstrução e de prevenção ainda demora muito. Então, a ideia é criar recursos específicos para esse fim: quer seja excluindo esses gastos do teto ou com a criação de um fundo, para que a liberação seja mais rápida.

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

Rafinha Bastos ironiza Globo por vídeo de jornalistas como atores

Visualizar notícia
2

Moro defende Bretas contra Paes: “Delinquentes são seus amigos”

Visualizar notícia
3

Jojo Todynho e Luciano Hang, juntos para cancelar (preços altos)

Visualizar notícia
4

De que lado está Tarcísio?

Visualizar notícia
5

Isolamento de Mourão livra ex-vice de vínculo ao golpe

Visualizar notícia
6

Bolsonaro sabia de plano para ‘neutralizar’ Lula e Moraes, disse Cid em depoimento

Visualizar notícia
7

Crusoé: As intenções de Putin ao ameaçar atacar os EUA

Visualizar notícia
8

Crusoé: Milei melhorou economia argentina com mudança de mentalidade

Visualizar notícia
9

Haddad define valor do pacote de corte de gastos

Visualizar notícia
10

Janones quer o fim do PL, partido de Jair Bolsonaro

Visualizar notícia
1

‘Queimadas do amor’: Toffoli é internado com inflamação no pulmão

Visualizar notícia
2

Sim, Dino assumiu a presidência

Visualizar notícia
3

O pedido de desculpas de Pablo Marçal a Tabata Amaral

Visualizar notícia
4

"Só falta ocuparem nossos gabinetes", diz senador sobre ministros do Supremo

Visualizar notícia
5

Explosões em dispositivos eletrônicos ferem mais de 2.500 no Líbano

Visualizar notícia
6

Datena a Marçal: “Eu não bato em covarde duas vezes”; haja testosterona

Visualizar notícia
7

Governo prepara anúncio de medidas para conter queimadas

Visualizar notícia
8

Crusoé: Missão da ONU conclui que Maduro adotou repressão "sem precedentes"

Visualizar notícia
9

Cadeirada de Datena representa ápice da baixaria nos debates em São Paulo

Visualizar notícia
10

Deputado apresenta PL Pablo Marçal, para conter agressões em debates

Visualizar notícia
1

Gisele Bündchen reflete sobre o terceiro filho

Visualizar notícia
2

O comentário de Tarcísio sobre o indiciamento de Bolsonaro

Visualizar notícia
3

A reação de Netanyahu ao mandado de prisão

Visualizar notícia
4

A treta entre Paes, Bretas e Moro

Visualizar notícia
5

MP do TCU pede bloqueio de R$ 56 mi de indiciados por tentativa de golpe

Visualizar notícia
6

Bolsonaro buscou apoio, mas não conseguiu

Visualizar notícia
7

Virginia e Zé Felipe compartilham decorações de Natal

Visualizar notícia
8

"Quanto custa?”, pergunta Musk sobre a emissora MSNBC

Visualizar notícia
9

Crusoé: A preocupação de Merkel com Musk no governo Trump

Visualizar notícia
10

Isolamento de Mourão livra ex-vice de vínculo ao golpe

Visualizar notícia

Assine nossa newsletter

Inscreva-se e receba o conteúdo do O Antagonista em primeira mão!

Tags relacionadas

Câmara Cláudio Cajado Congresso Jair Bolsonaro Lula Senado
< Notícia Anterior

“Remember 2018”

30.01.2022 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Bolsonaro, o presidente farofa

30.01.2022 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Wilson Lima

Wilson Lima é jornalista formado pela Universidade Federal do Maranhão. Trabalhou em veículos como Agência Estado, Portal iG, Congresso em Foco, Gazeta do Povo e IstoÉ. Acompanha o poder em Brasília desde 2012, tendo participado das coberturas do julgamento do mensalão, da operação Lava Jato e do impeachment de Dilma Rousseff. Em 2019, revelou a compra de lagostas por ministros do STF.

Suas redes

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

MP do TCU pede bloqueio de R$ 56 mi de indiciados por tentativa de golpe

MP do TCU pede bloqueio de R$ 56 mi de indiciados por tentativa de golpe

Visualizar notícia
Maurício Kubrusly, do Fantástico, sofre com doença mental e não lembra da carreira

Maurício Kubrusly, do Fantástico, sofre com doença mental e não lembra da carreira

Visualizar notícia
Isolamento de Mourão livra ex-vice de vínculo ao golpe

Isolamento de Mourão livra ex-vice de vínculo ao golpe

Deborah Sena Visualizar notícia
Haddad define valor do pacote de corte de gastos

Haddad define valor do pacote de corte de gastos

Visualizar notícia
Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.