Valeixo nega ter dito a superintendentes que pediria exoneração
Contrariando mais uma vez versão apresentada por Jair Bolsonaro, Maurício Valeixo relatou, no depoimento de hoje, que não comunicou aos superintendentes, numa reunião do dia 23 de abril, véspera de sua demissão, que iria pedir exoneração do cargo de diretor-geral da Polícia Federal...
Contrariando mais uma vez versão apresentada por Jair Bolsonaro, Maurício Valeixo relatou, no depoimento de hoje, que não comunicou aos superintendentes, numa reunião do dia 23 de abril, véspera de sua demissão, que iria pedir exoneração do cargo de diretor-geral da Polícia Federal.
Valeixo contou que fazia reuniões semanais com os chefes estaduais da PF, mas que, antes daquela do dia 23, alguns superintendentes lhe enviaram mensagens com notícias de que ele iria sair.
“Por essa razão, na videoconferência realizada na quinta-feira, 23 de abril de 2020, antes de tratar de assuntos que seriam temas daquela reunião, abordou de forma geral o desgaste que vinha sofrendo desde agosto de 2019 e mencionou que não tinha apego ao cargo, o qual se encontra e sempre esteve à disposição do ministro da Justiça e do presidente da República, os quais estavam tratando sobre sua substituição”, disse Valeixo no depoimento.
“Mas que não houve qualquer antecipação sobre sua exoneração, tampouco comunicou nessa reunião que iria pedir exoneração”, disse o ex-diretor em seguida.
Na sexta-feira, 24 de abril, dia em que o Diário Oficial da União publicou a exoneração de Valeixo, sem aval de Moro, Bolsonaro disse em seu pronunciamento no Palácio do Planalto que “Valeixo se dirigiu a todos os seus 27 superintendentes e disse que, desde janeiro, vinha falando ao senhor Sergio Moro que iria deixar a Polícia Federal. Os superintendentes são prova disso”.
No depoimento, Valeixo relata que, desde o meio do ano passado, na “crise” gerada pela substituição do superintendente no Rio por pressão de Bolsonaro, manifestava a Moro o “desgaste”, colocando o cargo à disposição do então ministro da Justiça.
Contou que Moro lhe pediu que continuasse porque as conversas para sua substituição até então não haviam sido bem sucedidas. Moro cogitava Fabiano Bordignon, diretor do Depen; Valeixo preferia Disney Rosseti, número 2 na hierarquia da PF.
Mas Bolsonaro queria Alexandre Ramagem.
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