Valdemar “às vezes dá uma extrapolada aí”, diz Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista no hospital à Folha de S.Paulo. Além de se defender das suspeitas de irregularidades cometidas durante seu mandato e de minimizar os...
O ex-presidente Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista no hospital à Folha de S.Paulo. Além de se defender das suspeitas de irregularidades cometidas durante seu mandato e de minimizar os impactos da delação premiada de Mauro Cid, Bolsonaro projetou timidamente um retorno ao Palácio do Planalto, mesmo após a condenação a oito anos de inelegibilidade.
Questionado sobre declarações recentes de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, sobre os processos que enfrenta na Justiça (Valdemar previu um “efeito bumerangue”), Bolsonaro deu um puxão de orelha no líder partidário e falou sobre o futuro. “O Valdemar é uma excelente pessoa, mas ele gosta de responder tudo, e às vezes dá uma extrapolada aí. Ele tem sido 100% comigo”, comentou o ex-presidente.
“Agora, o que eu vejo nisso tudo aí? Tem certas pessoas, na República, que, de acordo com o poder, parece que são imortais ou que vão viver mil anos. Não existe pensarem ‘será que teve alguma coisa [feita por Bolsonaro] contra a vontade, vamos relevar?’. Não. A ideia simplesmente é ir no fígado. Se eu estivesse morto politicamente, não seria assim. A pressão é enorme porque eu represento alguma coisa ainda para o nosso Brasil. E se um dia vier a acontecer um retorno [ao Planalto], o que é muito difícil, a gente saberá como se conduzir melhor, sem a inexperiência que tive no início [do mandato]. O nosso governo, queiram ou não os críticos, marcou a população brasileira”, comentou Bolsonaro.
Perguntado diretamente sobre se acredita na possibilidade de retornar à Presidência da República, Bolsonaro disse que essa não é sua prioridade, mas deixou no ar: “Nós criamos sementes pelo Brasil”.
Sobre a possibilidade de ser preso, o ex-presidente disse que não vislumbra “dentro da lei”. “Eu pergunto aos advogados, e eles me dizem que só se for por uma medida de força. Eu teria que ter um julgamento. Eu seria preso preventivamente? Por quê? Eu não estou obstruindo as investigações, não estou conversando com quem tem medidas cautelares, não estou buscando combinar nada com ninguém, tá certo?”, respondeu.
“Agora, nós reclamamos porque o nosso processo deveria estar correndo na primeira instância, como aconteceu com o Lula e com todos os que já teve problema. Todos. E isso não está sendo respeitado. Por que eu estou [sendo julgado] no Supremo Tribunal Federal? Porque ali não cabe recurso para mim”, reclamou.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)